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Crédito e conforto financeiro podem andar de mãos dadas

Crédito e conforto financeiro podem andar de mãos dadas

A palavra crédito não tem de ter uma conotação negativa e o pagamento de um empréstimo não tem necessariamente de ser um entrave a uma gestão financeira equilibrada e há métodos capazes de o assegurar.

Um conhecimento profundo do orçamento familiar é a chave para entender o peso que o crédito terá nas despesas mensais e o primeiro passo para a decisão de conceção de um crédito. Para além de fatores externos, consequência da situação económica no país e no mundo, é também do orçamento do agregado familiar que dependem algumas das métricas mais importantes para avaliar as condições de pagamento ou até mesmo a viabilidade do crédito.

Numa situação de grande instabilidade económica, como a que vivemos provocada pelos impactos da pandemia de covid-19 e pela atual guerra na Ucrânia, com um inevitável peso no preço de bens e serviços e, consequentemente, na carteira das famílias, é importante ter consciência da taxa de esforço a que irá obrigar um crédito e se esta está ajustada às possibilidades.

Quanto maior a taxa de esforço, maior o risco de dificuldades financeiras face a contratempos. Idealmente, a taxa de esforço total dos empréstimos ativos não deve ultrapassar os 33%, um terço do total de rendimento líquido do agregado familiar. Por parte do Banco de Portugal, o conselho é que esta não seja superior a 50%.

Antes da avaliação desta métrica, é fulcral que os clientes estejam familiarizados com expressões e questões relacionadas com o sistema bancário e de crédito. O investimento em literacia financeira é obrigação dos próprios interessados, mas também deve ser uma prioridade de bancos e serviços financeiros, como o caso do ABANCA que através de um blog inserido na sua página disponibiliza artigos relevantes para a vida pessoal e financeira, acessível a todos.

Quando falamos de taxa de esforço referimo-nos a um dado de importância incontornável para garantir uma gestão o mais confortável possível das finanças pessoais após o pagamento das obrigações mensais com créditos. Esta baseia-se na medição da percentagem do rendimento do agregado familiar alocada ao pagamento de produtos de crédito tendo em consideração que todos os rendimentos do agregado familiar contam para o cálculo da taxa de esforço - todos os trabalhos remunerados, pensões de invalidez ou viuvez, subsídios e abonos de família, rendimentos passivos, e outros, desde que sejam declarados no IRS.

Contrair um crédito não é sinónimo de um orçamento desequilibrado. Construir uma almofada financeira não tem de ser uma utopia. É apenas crucial que os empréstimos a pagar estejam ajustados à disponibilidade de cada um, sendo para isso necessário conhecer os limites orçamentais e estudar a fórmula que garante o maior conforto financeiro possível.

Cristina Peixoto, Diretora de Client Dialogue do ABANCA Portugal

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