observador.ptobservador.pt - 23 set. 21:26

Sindicato aponta "diferenças substantivas" entre discurso e realidade do ensino nos Açores

Sindicato aponta "diferenças substantivas" entre discurso e realidade do ensino nos Açores

Sindicato dos Professores da Região autónoma aponta que "existem diferenças significativas" no acesso à rede wi-fi, "falta" assistentes operacionais e degradação dos edifícios escolares é preocupação.

O Sindicato dos Professores da Região Açores (SPRA) considerou esta sexta-feira que existem “diferenças substantivas” entre o “discurso político e a realidade” do ensino da região na implementação dos manuais digitais, nos recursos humanos e equipamentos.

O SPRA refere que os computadores e tablets para acesso e trabalho com os manuais digitais, “tanto quanto foi possível apurar, foram já entregues nas escolas”, mas “existem diferenças significativas no acesso à rede wi-fi.

Nuns casos, está operacional e funcional. Noutros, apresenta falta de recursos humanos e materiais, que compromete o acompanhamento da lecionação. Não se compreende, também, a inexistência, generalizada, de equipamentos para os docentes, de forma a permitir a preparação e acompanhamento das atividades letivas com os equipamentos da escola e não com os dos próprios”, refere a estrutura sindical em comunicado.

O sindicato considera que a “falta de assistentes operacionais é um problema comum e transversal às escolas públicas da região, embora tenha intensidades diferentes de ilha para ilha e de escola para escola”.

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De acordo com o SPRA, esta “lacuna tem um forte impacto no funcionamento geral das escolas, nomeadamente na segurança dos alunos, na educação especial e, consequentemente, no apoio aos alunos, e, até, no acesso a equipamentos desportivos fora do recinto escolar, privando alunos de aulas práticas de educação física”.

O SPRA refere ainda que o “estado de conservação dos edifícios escolares é outro dos problemas detetados“, uma vez que a “degradação dos edifícios é rápida numa região com um inverno tempestuoso e prolongado, existindo uma clara sub-orçamentação para a manutenção de edifícios, quer por parte do Governo, quer das câmaras municipais”.

Segundo a estrutura sindical, o ano letivo “iniciou-se com mais horários preenchidos do que no ano anterior”, mas subsiste a falta de docentes em grupos de recrutamento específicos e a necessidade, estrutural, de combater o envelhecimento da profissão”.

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Para o SPRA, há que promover a “atração de novos professores devidamente profissionalizados e fixar um corpo docente estável nas ilhas mais periféricas”.

Relembramos que metade dos profissionais tem mais de 50 anos, 15% tem mais de 60 anos e apenas 20% tem menos de 40 anos. As escolas do Corvo, Flores, Graciosa e Santa Maria recorreram, este ano letivo, respetivamente, a 46%, 43%, 30% e 20% de contratação a termo resolutivo, tendência já verificada em anos anteriores”, afirma-se no comunicado.

O SPRA considera que, “no imediato, é urgente concretizar a uniformização dos horários, combater o desgaste profissional, melhorar as condições de trabalho dos docentes, implementar incentivos à fixação de docentes nas ilhas periféricas e eliminar os efeitos nefastos das normas de transição entre diferentes estruturas da carreira docente”.

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