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MIMO chega ao Porto: três dias de música, artes e ideias a pulsar no centro da cidade

MIMO chega ao Porto: três dias de música, artes e ideias a pulsar no centro da cidade

Entre esta sexta-feira e domingo, o novo festival MIMO toma conta da Invicta. Dezenas de concertos e atividades artísticas irão polvilhar igrejas, praças e edifícios históricos

Três dias para esmiuçar o centro histórico do Porto - mais precisamente o "quadrilátero" definido pelas igrejas dos Carmelitas e do Carmo, Largo do Amor de Perdição, Passeio das Virtudes e Livraria Lello (donde vão chover poemas em papéis coloridos) - ao som de mais de 20 concertos e 11 DJ sets e na companhia de performances, vídeoarte, oficinas, conversas e tecnologia dedicadas à Amazónia.

É a estreia do MIMO - festival fundado em Olinda, no Brasil, em 2004 - no território da Invicta. E a melhor notícia é que é tudo grátis.

É projeto antigo esta ocupação da cidade pelo certame que chegou ao país via Amarante, onde se realizou entre 2016 e 2019, diz Lu Araújo, a diretora: "Sempre desejei trazer o MIMO ao Porto, e este mapa de eventos estava desenhado desde 2015".

Se correr bem, para o ano há mais

A expectativa é alta, mas também ansiosa, porque o futuro do festival na cidade depende da receção dos portuenses: "Não há qualquer contrato assinado para continuarmos. Vamos ver o que acontece, como é que a cidade absorve o MIMO".

O apoio da Câmara e a parceria com a Universidade do Porto (que acolhe também espetáculos, na Reitoria e no Museu de História Natural e da Ciência), são fundamentais, diz Lu: "Não há milagres - para tudo ser grátis são precisos apoios". E a definição da área onde ocorrem os concertos e outras atividades, que tem como única peça fora do quadrado os Jardins do Palácio de Cristal, liga-se à cidade onde tudo começou: "O Porto tem este perfil meio urbano, meio interior. Quisemos organizar tudo na mesma zona para recriar esse ambiente de uma festa que toma conta da cidade e em que tudo fica perto e é acessível."

Música para todos os gostos

Entre igrejas, praças e edifícios nobres, haverá propostas musicais situadas entre a world music, a pop, a clássica e o jazz - com especial enfoque para a produção vinda do Brasil e de Portugal, mas cobrindo uma geografia que se estende do Reino Unido à Ucrânia e da Tunísia à Nigéria. Destaque para o regresso de Chico César e do rapper Emicida, que irá apresentar o último álbum, "AmarElo".

Ainda do Brasil, toda a atenção para o jovem violonista Plínio Fernandes, que se tem vindo a afirmar na cena mundial da clássica contemporânea (atua hoje na Igreja do Carmo, às 18 horas).

Atenção à nigeriana Asha

O contingente africano é de luxo: a estrela pop Asha, nigeriana que segue as pisadas do afrobeat de Fela Kuti e dos clássicos da Motown; o compositor congolês Ray Lema, que irá cruzar jazz, clássica e ritmos subsaarianos num concerto de homenagem a Franco Luambo, pai da rumba congolesa; ou a dupla Duoud, da Argélia e Tunísia, que mergulha as suas raízes africanas num caldeirão de break beat, funk e metal.

Assinale-se ainda a presença do mítico DJ e realizador Don Letts, homem da ponte entre o reggae e o punk, que além de um set traz o filme "Rebel dread" (passa na Reitoria, dia 25, 15.30 horas); e da cítara do indiano Nishat Khan, virtuoso que colaborou com Philip Glass, Eric Clapton ou Carlos Santana. A representação nacional fica a cargo de Pedro Burmester, Branko ou Maria João e Mário Laginha.

Aparelhagens de rua

A cultura do Sound System, inventada nas ruas de Kingston, na Jamaica, nos anos 1940, e que produziu géneros como o reggae, o dancehall ou o dub, será celebrada no MIMO com a presença de arautos contemporâneos dessa combinação entre sistemas sonoros potentes, selectors e MC. Haverá sessões diárias no Passeio da Virtudes com nomes como Channel One e Brother Culture.

Casa Comum pela Amazónia

Programa que junta uma dezena de artistas oriundos ou residentes da imensa floresta tropical brasileira. Haverá vídeo mapping estampado na fachada do Museu de História Natural e da Ciência, performances de Uýra Sodoma e Rafael Bqueer no Jardim da Cordoaria, troca de ideias na Galeria da Biodiversidade do Jardim Botânico da Universidade do Porto.

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