observador.ptobservador.pt - 22 set. 20:17

Crise. Paulo Rangel avisa que não é tempo de "brincar às guerrilhas de ministros"

Crise. Paulo Rangel avisa que não é tempo de "brincar às guerrilhas de ministros"

Em causa estão declarações de Costa Silva sobre "benéfica" descida transversal do IRC. Rangel diz que Portugal está "num momento crítico" e Governo nem primeiro-ministro que "mente" estão à altura.

O eurodeputado do PSD Paulo Rangel criticou esta quinta-feira o “discurso completamente contraditório” do Governo, considerando que o tempo é “demasiado sério” para o executivo socialista “brincar às guerrilhas de ministros” devido à redução do IRC.

Durante uma conferência promovida nas jornadas interparlamentares do PSD, que estão a decorrer em Ponta Delgada, Açores, Paulo Rangel disse que o ministro da economia, António Costa Silva, foi “desmentido” pelo ministro das Finanças, pelo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais e pelo líder parlamentar do PS sobre a redução do IRC.

 Sobre uma matéria tão importante como essa, que é o quadro fiscal para as empresas para os próximos anos, em particular neste contexto, o Governo não é capaz de ter um pensamento a uma voz? Estamos como estamos no aeroporto de Lisboa?”, criticou o também vice-presidente do PSD.

Em causa estão as declarações de Costa Silva na quarta-feira, que considerou que seria “benéfica” uma descida transversal do IRC (imposto que incide sobre o lucro das empresas), sendo que a redução de cada ponto percentual da taxa tem um impacto na receita de cerca de 100 milhões de euros.

Redução da taxa do IRC tem impacto de 100 milhões de euros por cada ponto percentual

No mesmo dia, o ministro das Finanças, Fernando Medina, remeteu eventuais alterações fiscais para as empresas, nomeadamente ao nível do IRC, para as negociações com os parceiros sociais, revelando que vai “reservar” para o final da negociação a sua posição “sobre o assunto”.

Isto é demasiado sério para andarmos aqui a brincar às guerrilhas de ministros”, afirmou Paulo Rangel.

O social-democrata condenou o “desnorte” do governo, que tem um “discurso completamente contraditório” e que “não está à altura” dos “desafios” provocados pelo contexto político e económico internacional.

Estamos num momento crítico e não temos nem um Governo nem um primeiro-ministro que estejam à altura da situação”, prosseguiu.

Rangel criticou igualmente o “maquiavelismo político do pior” devido à “operação de embuste” do Governo, que, a propósito dos apoios às famílias devido à inflação, “fez uma retirada de mil milhões da Segurança Social a coberto dos cheques que vai passar em outubro” aos pensionistas.

Líder parlamentar do PS isola (ainda mais) ministro: Baixar apenas IRC “criaria sentimento de injustiça”

Numa altura desta gravidade, com uma crise desta natureza, com uma guerra em curso — da qual não somos parte, mas que estamos extremamente dependentes — não há um primeiro-ministro que fala a verdade ao país?”, visou.

Paulo Rangel também criticou António Costa por não ser capaz de convencer os líderes europeus da importância de criar “interconexões energéticas” a partir da península ibérica, apesar de ter “vendido a imagem de que é uma pessoa muito influente na Europa”.

Estamos a deixar que a França impeça a criação de uma união energética apenas para defender a sua energia nuclear ou eventualmente os seus recetores de gases na costa atlântica?”, questionou.

As jornadas interparlamentares do PSD estão a decorrer em Ponta Delgada com a presença dos eurodeputados do partido, de membros do Governo dos Açores, de deputados regionais das duas regiões autónomas e de Luís Montenegro, líder nacional, que se vai juntar hoje aos trabalhos.

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