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Luan City, a cidade que sabe acolher

Luan City, a cidade que sabe acolher

Luan Santana regressou, esta quinta-feira, ao Porto para o primeiro de dois concertos completamente esgotados no Pavilhão Rosa Mota com a digressão "Luan City". E não podia ter pedido melhor receção.

Diz-se que a distância e o tempo de ausência esmorecem qualquer relação ou sentimento. "Longe da vista, longe do coração", já diz o ditado popular. Mas, no caso de Luan Santana, não há aparente distância que esfrie o sucesso e o carinho da multidão que arrasta por onde passa. Depois do último concerto no Coliseu do Porto, em 2018 - e, sem esquecer, uma pandemia pelo meio - o cantor brasileiro regressou à Invicta mais de quatro anos depois para o primeiro de dois concerto nos Pavilhão Rosa Mota. Mas ninguém diria que tinha passado tanto tempo. Quase nada mudou, a não ser o claro amadurecimento de um artista que, apesar da tenra idade (31 anos), não anda nisto há dois dias.

Desde cedo que Luan Santana mostrou ser um cantor fora do comum: foi dos primeiros a arriscar e a representar o estilo sertanejo a solo - quase todos os grandes nomes do estilo atuam em dupla - e, talvez seja mesmo o gosto pelo risco que o mantém no topo há 15 anos. Da "meteoro", primeira canção que o apresentou ao mundo, até hoje, o cantor já fez, entre outros, um acústico baseado nos anos 50 e da era do Elvis Presley, gravou um DVD ("1977") para celebrar a criação do dia da mulher e outros espetáculos gigantescos que o levaram a bater recorde de reproduções no Sportify ou até na venda de discos, coisa que parece impossível nos dias que correm. Agora, apresenta-nos "Luan City", uma cidade "dividida" em quatro, cujos nomes das ruas são referentes às pessoas que mais ama.

E falando de amor, o Pavilhão Rosa Mota cedo se encheu de fãs dispostos a garantirem o melhor lugar - à chegada ao local, o carro no qual seguia o cantor foi mesmo "engolido" pelas fãs - e, no palco, a "Luan City" já estava pronta a ser visitada. A hora da visita não atrasou um minuto - o concerto estava marcado para as 22 horas e começou à hora marcada em ponto - e arrancou com a balada "Água com açúcar", para êxtase das quase nove mil pessoas. Seguiu-se uma hora e meia de concerto quase sem pausas e em que não deu para destacar um momento alto: Luan Santana soube agarrar o público do início ao fim - com várias declarações pelo meio e uma bandeira portuguesa pelos ombros - com um repertório que foi das músicas mais antigas às mais recentes, como a "Morena", e nunca teve momentos mais mortos. Todo o espetáculo foi um momento alto. E o público, com cartazes e as letras das canções na ponta da língua, fez questão de retribuir a boa receção que estavam a ter na "cidade" do cantor brasileiro. "É a primeira vez na minha vida que vejo tanta gente a cantar tudo tão certo e seguido. Já há muito tempo que não nos víamos", disse Santana várias vezes.

Mas nem o tempo apagou da memória dos presentes até os clássicos, que Luan fez questão de recordar: de guitarra, relembrou temas como "Amar não é pecado" - canção que captou a atenção dos portugueses graças a uma novela brasileira - "Te esperando" ou "Sinais", músicas do tempo em que era um "gurizinho", levando todos à nostalgia. No fim, Luan Santana fechou a visita com o "Coração Cigano" e "Tudo o que você quiser", deixando o público a querer mais. Não houve direito ao habitual "encore" mas nem foi preciso: Luan Santana encheu a sala, agarrou o público e, com o mesmo pragmatismo que abriu a "Luan City", também a fechou. Mas esta quarta-feira há mais.

"Todas as minhas digressões quero que passem por Portugal"

Pouco antes de subir ao palco, Luan Santana falou ao JN sobre o regresso a Portugal. Descontraído e mais ansioso do que nervoso para subir ao palco - embora garanta que mesmo com 15 anos de carreira continua nervoso antes de atuar "o friozinho na barriga nunca pode acabar" - o cantor brasileiro, sem revelar as surpresas, destacou o carinho dos portugueses e vincou que espera sempre regressar e não escondeu que gostaria de fazer participações musicais com nomes como Carminho, António Zambujo ou Salvador Sobral.

"Apesar de estarmos muito distantes, vejo os portugueses como irmãos. Sentimo-nos muito em casa quando estamos cá. E oiço muita música portuguesa. Todas as tournées que saem da minha cabeça quero sempre que venham para Portugal. Estou muito feliz por estar aqui. Este projeto é muito especial e é muito especial ver como estou a ser recebido pelos portugueses. Espero que o público volte para casa melhor do que chegou".

Pelo que se viu, voltou de certeza.

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