visao.sapo.pt - 6 ago. 11:39
Visão | Treinador português de atletismo que esteve detido em Maputo voltou para Lisboa
Visão | Treinador português de atletismo que esteve detido em Maputo voltou para Lisboa
O treinador português de atletismo Alberto Lário saiu hoje de Maputo para Lisboa, quase três semanas após ter sido detido pelas autoridades moçambicanas por irregularidades na sua documentação, disse à Lusa fonte do Serviço de Migração de Moçambique
O seu regresso a Portugal estava refém do seu estado de saúde e depois de ter sido submetido a um novo teste para covid-19, que deu negativo, foram encetadas diligências para a conclusão do processo para o seu repatriamento.
Alberto Lário foi obrigado a pagar uma multa de cerca de um milhão de meticais (15 mil euros), abrindo espaço para que, se fosse da sua vontade, voltasse para Moçambique depois de regularizar a sua situação junto das entidades diplomáticas moçambicanas em Portugal.
Em declarações à Lusa há quase três semanas, o secretário de Estado do Desporto de Moçambique, Gilberto Mendes, lamentou o repatriamento do treinador, considerando que haverá sempre espaço para o seu regresso depois de regularizada a sua situação.
“É uma situação lamentável e acho que as coisas não precisavam chegar a este extremo. Entretanto a lei tem de ser cumprida. Mas pelo trabalho notório que o técnico tem feito, é claro que haverá sempre espaço para que ele trabalhe em Moçambique, logo que ele tiver a sua situação regularizada”, disse à Lusa Gilberto Mendes.
Alberto Lário, que nasceu em Moçambique e saiu do país muito novo, tem há mais de seis anos um pedido de nacionalidade “pendente”, mas o Serviço de Migração de Moçambique considera que o técnico deveria ter levantado a questão junto das autoridades às quais submeteu o requerimento, acrescentando não existir nenhuma prova deste pedido.
O técnico português, que treinou e apoia vários jovens atletas moçambicanos, conseguiu o marco de qualificar Verónica José para o campeonato mundial de atletismo em Sub20 em Cali, Colômbia, naquela que foi a sua primeira grande competição internacional da jovem corredora nos 1.500 metros.
A detenção do treinador gerou uma onda de indignação entre os atletas moçambicanos, que decidiram organizar, na altura, uma marcha até ao edifício do Serviço de Migração de Moçambique, exigindo a libertação do “coach Lário”, como é popularmente conhecido em Moçambique.
EYAC // SB