jn.pt - 24 jun. 01:00
Doutoramentos nos politécnicos, uma decisão por Portugal
Doutoramentos nos politécnicos, uma decisão por Portugal
A introdução do Ensino Superior Politécnico em Portugal, na década de 70, acompanhou o movimento europeu de criação de instituições de natureza mais aplicada e novas áreas de formação. Hoje, é evidente que os politécnicos prestaram importantes serviços ao país e promoveram a democratização do acesso à formação superior. A criação destas instituições em regiões do Interior contribuiu para o desenvolvimento local e a fixação das pessoas e representou um forte contributo para elevar a qualificação. Com o passar do tempo, o aumento da qualificação do corpo docente, inicialmente a nível de mestrado e, sobretudo nas duas últimas décadas, de doutoramento, criaram condições para um papel reforçado na investigação, na inovação e na prestação de serviços qualificados às empresas e instituições diversas, contribuindo para o desenvolvimento económico, social e cultural regional.
Hoje, na Assembleia da República, haverá a votação da Iniciativa Legislativa de Cidadãos, subscrita por 20 000 pessoas, sobre a alteração da designação de Instituto Politécnico para Universidade Politécnica e a possibilidade legal e formal de estas instituições outorgarem o grau de doutor. Uma decisão por Portugal, de encontro à larga maioria dos países europeus, que reconhecerá a qualidade e vitalidade do Ensino Superior, a sua evolução e capacidade de internacionalização. Sem despesa adicional, a aprovação trará mais receitas próprias e contributos para a demografia e povoamento. Como sabemos, os trabalhos de doutoramento são um elemento importante no desenvolvimento da I&D+i realizada e esta é cada vez mais importante para promover o conhecimento necessário ao desenvolvimento económico e social das regiões e das empresas, serviços e administração pública. A designação que inclua a palavra universidade, não significando alteração das finalidades, deve ser entendida como um reconhecimento da sua evolução, da capacidade que demonstram e de que têm condições para corresponder às condições impostas pelo Regime Jurídico de Graus e Diplomas do Ensino Superior.
Hoje, quase 50 anos da Revolução de Abril, é tempo de olharmos o país como um todo. Amanhã, acreditamos numa decisão por Portugal.
*Presidente do Instituto Politécnico de Viseu