E estamos de volta. As máscaras, a desconfiança no olhar ao entrar num local com muita gente, aquela notícia quando chegamos ao trabalho: "então, já sabes? O Zé tem covid". E o diálogo que se segue é sempre muito parecido: "ai é? Onde apanhou?". "Foi no batizado do sobrinho por afinidade, do lado da prima da mulher. Até a sogra ficou doente". Depois de feita a radiografia do momento da infeção, surge a fatídica pergunta de acompanhamento. "E tu, já tiveste?". E neste momento, quem, como eu, tem passado pelos pingos da chuva da covid, responde com ar cabisbaixo, de quem falhou na vida e não tem amigos que o contagiem: "não, ainda nada". Mas é aí que há uma réstia de esperança na resposta, como quem diz que também é um ser social e com uma vida interessante. Mostramos as mãos no ar, encolhemos os ombros e ressalvamos: "Não tive.... que eu saiba".