A felicidade é um conceito e um princípio contemporâneo. A "felicidade é epidémica", disse-me Edgar Cabanas Díaz, ao telefone, numa entrevista. É autor de um livro que compara a busca da felicidade a uma espécie de ditadura do sorriso. Temos mesmo de estar sempre felizes? Não temos. Podemos ter dúvidas, como assumiu o vocalista dos Metallica, num concerto esta semana, ou Tom Jobim e Vinicius de Moraes, ao cantarem "Tristeza não tem fim, felicidade sim". A luta pela felicidade no mundo livre tem dias, ou momentos, de glória. Mas há todo um mundo, ainda demasiado grande, cuja luta é por liberdade e igualdade. Princípios esses bem mais antigos. Em dias tão rápidos, é inútil perseguir a felicidade a cada minuto. Essa obsessão é demencial. Ser feliz deve ser um objetivo permanente, não um fim que gera frustração e angústia.