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Sustentabilidade e Tecnologia: de mãos dadas para o futuro

Sustentabilidade e Tecnologia: de mãos dadas para o futuro

A sustentabilidade é atualmente um dos grandes motores ambientais, económicos e sociais da humanidade e, claro, dos negócios. Sustentabilidade já não é apenas um chavão, mas antes uma questão que as empresas levam a sério (e bem!). À medida que se tornam mais óbvios os impactos das mudanças climáticas, torna-se também mais importante para as organizações perceber que práticas insustentáveis trarão maiores custos a longo prazo - não só a nível reputacional, como também de rentabilidade.

Todas as indústrias e setores contribuem de forma diferente para as emissões enquanto todo, mas há uma coisa que é verdade para todas: a tecnologia desempenhará um papel crucial na definição das estratégias para a sustentabilidade nos anos que se seguem. A tecnologia em si não é a solução para os problemas globais, mas tem de facto o poder de aumentar a eficiência, enquanto diminui o desperdício de recursos e produtos.

Implementar uma estratégia de TI para a revenda sustentável

Uma estratégia definida e sustentável de TI - que inclua o compromisso da administração e objetivos mensuráveis - pode ajudar qualquer organização a atingir as suas metas sociais, económicas e ambientais. Já que o trabalho híbrido está indubitavelmente para ficar, independentemente da forma que tome (relembremos os inquiridos do estudo conduzido pela Dynabook que descreveram os portáteis como "os heróis anónimos da pandemia" devido à sua portabilidade e flexibilidade nos mais variados cenários de trabalho...), investir em equipamento TI seguro e robusto não só poupará tempo e dinheiro a longo prazo, como melhorará as credenciais de sustentabilidade, criando uma melhor reputação para empresas que procuram tornar-se mais ecológicas.

Uma solução milagrosa?

À primeira vista, integrar uma estratégia de TI parece simples, especialmente quando o trabalho remoto é cada vez mais uma realidade. Num relatório do World Economic Forum, The Future of Jobs 2020, tendências como a expansão do trabalho remoto e a aceleração da digitalização e automatização foram destacadas como tendo um impacto positivo no ambiente. Isto não é surpreendente se pensarmos que menos profissionais no escritório significa menos emissões de CO2 advindas dos transportes, do aquecimento e arrefecimento dos edifícios, e de todos os outros consumos associados ao dia-a-dia empresarial.

Mas sustentabilidade é muito mais que meras emissões de carbono. Em 2019, foram geradas cerca de 54 toneladas métricas de lixo eletrónico. E prevê-se que este número aumente para 74 toneladas em 2030. Além disso, 20% disto foi declarado como corretamente processado, utilizando o modelo reduzir, reutilizar e reciclar. O resto acabou provavelmente num aterro sanitário.

Portanto, como pode a tecnologia resolver um problema de sustentabilidade que a própria parece estar a criar?

Ora, os líderes de TI sabem que devem considerar o impacto do número e tipo de dispositivos que potenciam e sustêm o seu negócio. Computadores, portáteis, tablets, telemóveis e impressoras, todos são invariavelmente donos de uma pegada digital e, dado o aumento global do interesse e necessidade por dispositivos portáteis durante a pandemia, é fácil pensar que o trabalho remoto é mau para o planeta. Mas este não é necessariamente o caso. Se, por um lado, o atual consumo de materiais eletrónicos é visto por alguns especialistas como "insustentável", a verdade é que os líderes de TI têm agora uma oportunidade de se afastar do modelo linear, promovendo antes uma economia circular com práticas que melhorem o desempenho ambiental do ciclo de vida dos produtos. Para termos uma economia circular e sustentável na indústria TI, reduzir o desperdício eletrónico, e utilizar esquemas que contemplem a reutilização, a reciclagem e a recuperação de ativos nunca foi tão importante.

Opção híbrida sustentável

A primeira forma de aliviar o desperdício eletrónico para os utilizadores é prestar boa assistência TI. Os fornecedores tecnológicos são a parte mais importante da cadeia tecnológica, e a eles cabe assegurar que os dispositivos comprados duram o mais possível, e que a tecnologia opera de forma eficiente. Isto pode ser garantido remotamente - atualizações gerais de manutenção e apoio técnico não exigem a presença em pessoa.

Felizmente para os decisores TI, os fornecedores tecnológicos estão já a tomar medidas para reduzir a pegada carbónica dos seus dispositivos e ajudar os clientes a lidar com os mesmos no fim do ciclo de vida. Dois dos mais eficientes métodos para tal são a revenda e reciclagem de equipamentos.

Os benefícios destas iniciativas vão muito para lá das credenciais ecológicas. Com a revenda, um equipamento velho que esteja ainda em boas condições pode ser comprado de volta para que organizações com menores orçamentos beneficiem de um reembolso ao mesmo tempo que libertam espaço para novos investimentos. No caso dos dispositivos que atingiram o fim do seu ciclo de vida, dar aos compradores a garantia de que a eliminação do seu velho dispositivo será tratada da forma mais segura e sustentável não tem preço.

Portanto, a tecnologia ajuda ou complica?

Bem, depende. A maior parte dos fornecedores tecnológicos focam-se meramente nas credenciais ambientais dos seus próprios produtos. Mas os clientes são mais multifacetados que isso. Os utilizadores - sejam empresas ou consumidores - raramente se cingem a um único fornecedor, pelo que a forma como os produtos são descartados é muitas vezes um fator preponderante na decisão de compra.

Mas há boas notícias. Cada vez mais fornecedores estão a implementar políticas sustentáveis - e a pressão para fazê-lo vem diretamente das empresas e clientes a quem vendem. Portanto, a mudança para um modelo mais circular no que respeitam dispositivos tecnológicos e o desperdício eletrónico já está em curso.

A gestão de ativos TI é uma parte importante do papel desempenhado pelas equipas de TI. Como elementos-chave da cadeia de fornecimento de tecnologia, os responsáveis de TI estão na posição perfeita para se tornarem parte intrínseca do ciclo de sustentabilidade que segue (ou deve seguir) a tecnologia desde a sua origem até ao fim de vida.

Carlos Cunha, Diretor Comercial da Dynabook Portugal

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