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Sideline: Lavar o carro com dois copos de água e ajudar refugiados

Sideline: Lavar o carro com dois copos de água e ajudar refugiados

Com mentalidade no Irão e nascimento em Portugal, solução tecnológica quer ser a ″Uber da lavagem manual dos carros″ e acabar com o consumo excessivo de água desta atividade.

Com apenas dois copos de água e uma aplicação no telemóvel, a Sideline quer revolucionar a lavagem manual dos carros em Portugal. No mercado desde setembro, a startup cuida dos automóveis por fora e por dentro e ainda ajuda migrantes e refugiados a integrarem-se no país. Depois de consolidar o modelo de negócio, a empresa quer crescer a nível nacional, chegar ao mercado empresarial e escalar para o estrangeiro.

Para pedir que alguém vá ter consigo e lave o carro, basta instalar a aplicação móvel em dispositivos com sistema Android (Google) e iOS (Apple), marcar data, hora e local e adicionar um cartão para pagar. Depois, o algoritmo de inteligência artificial irá selecionar o colaborador que lavará o carro com base na avaliação, localização e disponibilidade.

A tecnologia e a integração de migrantes e refugiados (graças a uma parceria com o Conselho Português para os Refugiados) são as principais novidades trazidas ao mercado pela Sideline. Os produtos utilizados na lavagem manual têm origem nos Estados Unidos, são amigos do ambiente e estão certificados para o mercado europeu.

"Normalmente, para se lavar um carro, são necessários 200 litros de água. Isso não faz qualquer sentido. Em vez disso, usamos apenas 200 ml", referem Reihaneh Hajishirzi e Masoud Saedi, dois dos três fundadores. A entrevista ao Dinheiro Vivo decorreu enquanto um carro estava a ser lavado por um dos colaboradores da startup.

Os colaboradores da Sideline podem deixar a brilhar o carro apenas por fora, apenas por dentro ou fazerem o serviço completo. As lavagens, apenas feitas com a luz do dia, demoram entre 40 minutos e hora e meia.

Os preços dependem do tipo de veículo: começam nos 12 euros para lavagem exterior ou interior (motociclo ou Smart) e passam pelos patamares de 18 euros (berlina), 24 euros (SUV) ou 35 euros (carrinha de caixa aberta).

Se quiser o serviço completo, a tarifa começa nos 20 euros (Smart) e pode chegar aos 65 euros (carrinha de caixa aberta). Por cada lavagem, a Sideline fica com uma comissão de 30%, com o restante valor a ficar por conta do colaborador.

As pessoas que lavam os carros não ficam por muito tempo na empresa. "Sabemos que são talentos promissores mas que ainda se sentem vulneráveis na sociedade. Apenas precisam de uma primeira oportunidade para conseguirem melhorar a sua integração", destaca a líder da startup, Reihaneh Hajishirzi.

A fazedora está em Portugal por conta de um doutoramento em Gestão no Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG). Nascida no Irão, a líder não esqueceu as suas origens.

"O meu país sofre muito com falta de água, por má utilização e gestão. Achei que aqui poderíamos ter uma boa oportunidade para utilizarmos uma solução em que gastamos muito menos recursos."

A responsável também lembrou-se de que no Irão "as pessoas estão habituadas aos serviços a pedido, que ainda não existem muito em Portugal".

Mas até os problemas transformarem-se em negócio foi ainda necessário falar com Masoud Saedi.

O também fundador da Sideline é gestor de comunidade na incubadora de impacto social ImpactHub e ainda ajuda as startups a crescerem. Quando conheceu Reihaneh e percebeu o conceito, Masoud decidiu ajudá-la. Com capital próprio, ajuda de amigos e 50 mil euros de um business angel, o negócio passou à prática.

Depois de dois meses de testes, a aplicação chegou ao mercado. Por agora, funciona só em Lisboa mas já há planos para o negócio crescer rapidamente e em várias frentes.

Atualmente, a Sideline funciona apenas junto dos consumidores, com os pedidos na aplicação. Só que os fundadores já têm a meta de colocar alguém a lavar o carro enquanto está a carregar as baterias ou enquanto estiver estacionado num parque.

Também as empresas poderão vir a beneficiar do serviço, assim que forem acionadas as parcerias para cuidar das frotas. A Sideline quer ainda crescer geograficamente, tendo na mira a cidade do Porto.

Se todos os passos derem certo e caso os fundadores consigam estar na empresa a tempo inteiro, o maior objetivo é chegar ao mercado internacional nos próximos anos, aliando a conveniência ao impacto social.

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