observador.ptobservador.pt - 26 jan. 00:40

João Ferreira voltou com a missão de atacar PSD (e Chega). António Filipe chama Chega de "aberração"

João Ferreira voltou com a missão de atacar PSD (e Chega). António Filipe chama Chega de "aberração"

Depois da Iniciativa Liberal no domingo, esta terça-feira os alvos foram o PSD e o Chega. Comunistas atacam diretamente Rio e tentam evidenciar que está a "normalizar um partido que é uma aberração".

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Foi uma espécie de toca e foge. A Covid-19 pregou uma rasteira a João Ferreira afastando-o da frente da caravana durante uma semana e, com o já confirmado regresso de Jerónimo de Sousa nesta quarta-feira, o vereador da câmara de Lisboa acabou por dar uma perninha durante o dia desta terça-feira. É assim, pelo menos, para quem vê de fora porque os comunistas não se cansam de repetir que “a campanha não se faz só nestas duas semanas” e, muito menos, “de um homem só”. Além disso, João Ferreira continuou a campanha, mesmo confinado.

Em confinamento, João Ferreira continuou a campanha nas redes sociais (mas regressa esta terça-feira)

Os contactos da CDU estendem-se “a milhares de trabalhadores, jovens e reformados”, ao longo de “muitas semanas” porque, como se sabe, “a CDU não vai ao encontro das pessoas só em campanha”. lINHA oficial à parte, o dia começou com uma ação simbólica no elétrico em Lisboa e, chegado ao final da jornada, o tema principal foi só um aperitivo para o chorrilho de críticas que se desfilou ao longo do dia.

João Oliveira avisava de manhã que a conquista do passe de transportes não está dada por garantida — ou nas palavras do comunista, “tem que ser consolidada” — já que está nas mãos dos governos em funções, dependente da inclusão ou não no Orçamento do Estado. Traduzindo: sem a esquerda no Governo a forçar a barra, há o risco de os passes sociais de preços reduzidos terminarem.

Estava feito o primeiro alerta: governos de direita ou dos socialistas unidos à direita podem retirar às pessoas medidas conquistadas no tempo da geringonça e que lhes dão mais liquidez ao fim do mês.

Uns quilómetros mais a norte, nas oficinas da CP enquanto os trabalhadores continuavam a cumprir funções alheados do aparato de jornalistas e comitiva da CDU, cumpria-se outro objetivo. Dizia João Ferreira que “a ferrovia é um exemplo de que as teses liberais e neoliberais podem conduzir o país à condição de estância turística do centro e norte da Europa”.

António Filipe vai com tudo contra o Chega: “É uma aberração em democracia: Racista, xenófobo, saudosista com o fascismo”

No distrito de Santarém, António Filipe colocou esta terça-feira as fichas todas no discurso contra o Chega e Rui Rio. “Rui Rio diz que não quer formar governo com o partido da extrema-direita, mas em boa verdade não se incomoda se puder governar com o seu apoio”, apontou António Filipe antes de ir diretamente ao osso.

Não se pode normalizar esta força política em nome da democracia. Rui Rio e o PSD está a normalizar um partido que é uma aberração em democracia: Racista, xenófobo, saudosista com o fascismo e que faz da campanha eleitoral um palco para o discurso de ódio”, atirou.

O objetivo era alertar para o perigo de votar numa solução que permita a Rui Rio sonhar em formar governo à direita. António Filipe diz que se os portugueses derem a Rio a hipótese de formar governo este não vai hesitar: “Se pudesse tudo faria para ter o apoio da extrema-direita”.

Mas deixou também o antídoto, naquilo que é também uma tentativa de controlar o crescimento do Chega no distrito onde André Ventura conquistou mais do triplo dos votos de João Ferreira há precisamente um ano: “A melhor resposta que se pode dar aos saudosistas do fascismo é confiar na força política que deu provas como nenhuma outra contra o fascismo”.

Já depois do deputado da CDU ter classificado o Chega de uma forma dura (“racista, xenófobo, saudosista com o fascismo”), a plateia no centro cultural de Samora Correia animava-se para ouvir a intervenção de Ferreira que haveria de continuar as críticas à direita e diretamente a Rio.

Quanto a Rui Rio, Ferreira acusou-o de “rematada hipocrisia” e de “desfaçatez” quando fala agora na hipótese de aumentar o salário mínimo nacional: “Rui Rio e todos os deputados do PSD votaram contra a possibilidade de aumentar o salário mínimo nacional, adiaram a hipótese de aumentar o salário mínimo dos trabalhadores”.

Com o programa do PSD a fazer depender o cumprimento das promessas da situação do país no momento concreto, aponta João Ferreira que “a experiência mostra que com eles nunca há” condições para avançar.

“É tempo de campanha eleitoral, voltam as promessas. São tão vazias como a carteira dos trabalhadores quando se aproxima o fim do mês”, atira o substituto de Jerónimo que devolve a Rio a responsabilidade pela “situação de indignidade” que o líder do PSD considerou existir: “Há trabalhadores em situação de indignidade, segundo as palavras de Rui Rio, quem impôs essa indignidade foi Rui Rio”.

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