observador.ptobservador.pt - 26 jan. 00:55

António Costa. "Ser o inimigo principal do Chega é um orgulho"

António Costa. "Ser o inimigo principal do Chega é um orgulho"

"Se os portugueses disserem 'estamos fartos do António Costa' partirei em paz e em sossego", disse o líder do PS durante uma entrevista à CNN a propósito das legislativas.

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A maioria absoluta parece ser conversa do passado. António Costa, na entrevista desta terça-feira à noite à CNN, falou de pontes, afastou zangas com antigos parceiros e disse estar disponível para dialogar com todos os partidos, menos um: o Chega, de quem ser o principal inimigo “é um orgulho”. Com muitas críticas a Rui Rio, a quem acusou de esconder o programa político, o líder do PS fez questão de encostar o PSD à extrema direita, considerando que o partido de Rio está refém do Chega para ser Governo.

“Connosco não passam, nem direta, nem indiretamente. O Chega é o Chega e prisão perpétua é prisão perpétua. Ser o inimigo principal do Chega é um orgulho”, sublinhou.

O que os portugueses quiserem, e expressarem através do voto, António Costa aceitará. “Se os portugueses disserem ‘estamos fartos do António Costa’ partirei em paz e em sossego”, garantiu o socialista que pretende renovar o seu mandato como primeiro-ministro nas legislativas de dia 30. Caso o recado não seja que estão fartos de si, então o líder do PS fica, seja quais forem os resultados eleitorais (desde que uma vitória).

“Se não houver maioria, aquilo que farei é dialogar com todos”, afirmou, explicando que o que tem sentido na rua, durante a campanha eleitoral, é que o povo português quer que faça aquilo que já mostrou “saber fazer bem”, criando pontes com outros partidos. Nesse sentido, admite negociar com todos os partidos — até porque “em política não há zangas nem questões pessoais”. A única exceção, sublinha, é o Chega de André Ventura. Um eventual entendimento com outros partidos à direita fica em cima da mesa, caso venha a ser necessário.

“Falarei com todos os partidos. Há um com quem não vale a pena falar. Além de bom dia ou boa tarde, não há muito mais a dizer ao Chega.”

Rejeitando a ideia de que nas suas últimas intervenções tem tentado colar o PSD à extrema direita, Costa afirmou que o PSD é que se deixa ficar refém do Chega. “Uma coisa garanto: nenhum governo do PS ficará dependente do Chega”, assumindo-se como “inimigo principal do Chega”.

Sobre medidas concretas, acusou Rui Rio e o PSD de querem promover a economia à custa de baixos salários, fez questão de diferenciar as propostas que ele e o seu principal opositor têm para a saúde e içou a bandeira do IRS jovem. A Rio acusou-o ainda de esconder o programa que tem para o país.

“O que é que propõe efetivamente? Sobre o salário mínimo procura esconder o que o PSD pensa, sobre os impostos deixou de falar porque não consegue esconder o que está escrito e redito: não vai baixar o IRS sobre as classes médias. O que tem a dizer relativamente às alterações climáticas, sobre a transição digital?”, questionou António Costa, deixando as perguntas sem resposta.

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