www.jornaldenegocios.ptjornaldenegocios.pt - 25 jan. 21:22

Apertem bem os cintos. Volatilidade mantém-se em Wall Street

Apertem bem os cintos. Volatilidade mantém-se em Wall Street

As bolsas norte-americanas voltaram a viver uma sessão de grande volatilidade, enquanto aguardam pelas decisões da Fed e por mais resultados das tecnológicas.

As bolsas do outro lado do Atlântico viveram mais um dia de forte emoção, numa autêntica montanha russa, a ponto de a CNN Business dizer que "é melhor os investidores apertarem os cintos, porque não há sinal de fim da volatilidade em Wall Street".

O índice industrial Dow Jones fechou a recuar 0,19% para 34.297,73pontos. No passado dia 5 de janeiro, recorde-se, tocou num nível nunca antes atingido, nos 36.952,65 pontos.

O Dow esteve a perder terreno, num movimento de selloff que se observou durante quase toda a sessão, mas na última hora de negociação conseguiu dar a volta por cima, tal como ontem. No entanto, na reta final acabou por perder novamente fôlego e inverteu para terreno negativo.

A Johnson & Johnson e American Express, que são duas componentes do Dow, tiveram um bom desempenho depois de apresentarem bons "outlooks" nas suas apresentações de contas, o que ajudou a animar o índice – mas não foi suficiente para o manter à tona.

Já o Standard & Poor’s 500 fechou a recuar 1,22% para 4.356,45 pontos. O seu valor mais alto de sempre foi atingido na negociação intradiária de 4 de janeiro, nos 4.818,62 pontos.

Por seu lado, o tecnológico Nasdaq Composite, que está em território de correção, desvalorizou 2,28% para se fixar nos 13.539,30 pontos. O máximo histórico intradiário do Nasdaq está nos 16.212,23 pontos, estabelecido a 22 de novembro.

A contribuir para a forte volatilidade esteve a reunião de dois dias da Fed, que tem mantido os investidores em suspenso. Amanhã, às 19h de Lisboa, serão dadas indicações sobre a política monetária do banco central, mas tudo continua a apontar para que a Fed comece a subir as taxas diretoras já em março.

Os investidores estão também atentos à apresentação de contas das tecnológicas. Depois da Netflix na quinta-feira e da IBM neste arranque de semana, hoje será a vez de a Microsoft divulgar os seus resultados após o fecho das bolsas. Amanhã segue-se a Tesla e na quinta-feira a Apple.

Pode vir aí um novo rally

A Gains Pains and Capital, numa nota de análise a que o Negócios teve acesso, salientava ontem que o selloff registado na semana passada fez com que o S&P 500 tenha perdido o equivalente a seis meses de ganhos.

"A grande questão para os investidores, esta semana, é: para onde vamos a partir daqui? Antes de mais, o mercado está profundamente ‘sobrevendido’. O S&P 500 revela a mais baixa leitura do índice de força relativa (RSI – relative strength index) desde o crash de março de 2020. Ainda assim, o mercado está tão sobrevendido como durante a primeira vaga da pandemia global", frisou Graham Summers – principal estratega da Phoenix Capital Management – no referido "research" da Gains Pains Capital.

"Isto sugere que está para chegar um movimento de retoma. É altamente improvável que as bolsas continuem a cair a partir daqui. Em vez disso, poderemos ter um rally depois da reunião da Fed na quarta-feira. Se as ações mantiverem esses ganhos, então esta queda recente talvez venha a ser um movimento sem grande importância para retirar o excesso de ‘espuma’ dos mercados", acrescentou.

Quase uma estreia para o S&P 500

O S&P 500 esteve, esta terça-feira, a inverter a tendência negativa e a entrar em terreno de ganhos - e se tivesse mantido a tendência positiva até ao fecho, teria sido um feito.

Segundo os dados da Bloomberg, que remontam a inícios da década de 1980, nunca aconteceu durante duas sessões consecutivas o S&P 500 cair pelo menos 2% face à sessão anterior para depois terminar positivo. E hoje esteve a ponto de acontecer.

Outra estatística interessante é que só oito vezes é que o índice – durante dois dias consecutivos – caiu 1% na negociação intradiária e depois fechou em alta: três vezes em 2002, três vezes em 2008-09 (aquando da crise financeira mundial), uma em 2015 e uma em 2020.

"Buy the dip"

Uma das razões para as retomas ao longo da sessão, e mesmo nos fechos (como ontem), está no facto de muitos investidores aproveitarem as quedas para comprar – o chamado ‘buy the dip’.

"Os compradores do ‘dip’ reapareceram para aproveitarem as ações que estão a preço de pechincha, depois de um selloff motivado pelos receios em torno da posição mais dura da Fed e pelo reforço militar da Rússia na fronteira da Ucrânia", sublinha a Bloomberg.

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