jornaleconomico.ptjornaleconomico.pt - 25 jan. 18:30

FMI alerta para pressões inflacionárias globais e para papel dos salários americanos neste fenómeno

FMI alerta para pressões inflacionárias globais e para papel dos salários americanos neste fenómeno

Apesar da maioria das economias mais avançadas mostrar alguma estabilidade nos salários, o caso norte-americano é diferente, com uma tendência de subida perante o que parece ser um mercado laboral mais rígido. O efeito pode passar para a Europa, mas Paulo Rosa, economista sénior do Banco Carregosa,

A atualização das previsões do Fundo Monetário Internacional desta terça-feira coloca bastante foco na evolução da inflação a nível mundial, com o organismo a perspetivar a manutenção das pressões nos preços até metade de 2022, levando o ano a fechar com 3,9% neste indicador nas economias avançadas.

Apesar de este fenómeno na generalidade dos países mais avançados ser motivado sobretudo pelo aumento dos preços dos consumos intermédios, sobretudo a energia, o caso nos EUA parece ser ligeiramente diferente. O mercado laboral norte-americano perdeu população ativa, o que sugere uma possível maior rigidez que arrisca traduzir-se em salários mais elevados e, consequentemente, mais pressão nos preços.

Em resposta, a Reserva Federal norte-americana já anunciou o fim mais acelerado do seu programa de compra de ativos de emergência, sinalizando também uma subida das taxas de juro diretoras. Para Paulo Rosa, economista sénior do Banco Carregosa, existe o risco de a autoridade monetária dos EUA estar a agir de forma demasiado agressiva, caso acalmem as perturbações nas cadeias logísticas globais.

“Espero que a inflação, ao longo de 2022, vá gradualmente abrandando o seu ritmo de subida. Assim, há uma probabilidade maior de erro da Reserva Federal norte-americana. Aquilo que o mercado espera, ou seja, quatro subidas, caso haja alguma desaceleração da economia, que nem precisa de ser significativa, […] no futuro podemos ver a Fed a desacelerar este ímpeto de subida de taxas e provavelmente também de contração do balanço a partir de meados do ano”, refere.

Esta previsão assenta no facto dos determinantes da inflação nos EUA serem mais variados do que na zona euro, onde aproximadamente metade do valor final do indicador é determinado pela energia. Nos EUA, a taxa de inflação depende em grande parte dos custos com alojamento, bem como de outros mercados, como o automóvel.

Nessa medida, e face à estabilização que se espera que deva ocorrer no fornecimento de várias indústrias, Paulo Rosa perspetiva que abrandem significativamente as pressões inflacionárias na maior economia do mundo. Isso significa também menos pressão neste sentido na zona euro, apesar de se manterem os riscos.

Em particular, as tensões geopolíticas na Europa de Leste podem “escalar e o preço do gás natural e do petróleo dispararem. Na Europa, a inflação é, basicamente, metade [composta pela] energia, por isso poder-se-á manter” uma tendência de subida nos preços, refere Paulo Rosa.

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