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Do apelo de Moreira para a ″maioria reforçada″ à ″galinha dos ovos de ouro″

Do apelo de Moreira para a ″maioria reforçada″ à ″galinha dos ovos de ouro″

Rui Moreira pede nestas autárquicas "uma maioria reforçada", na Câmara do Porto e na Assembleia Municipal, enquanto os adversários afastam acordos. O apelo foi lançado esta quarta-feira num debate do JN dominado pelas críticas à concentração do alojamento local, na procura de um equilíbrio entre habitação acessível e turismo porque, como defendeu o presidente recandidato perante as críticas dos adversários, "não se pode matar a galinha dos ovos de ouro".

No debate JN/TSF, moderado por Inês Cardoso e Domingos de Andrade, seis candidatos de forças com representação na Assembleia Municipal foram questionados sobre se admitem acordos, no caso de Rui Moreira não ter maioria absoluta, ao contrário do que indicam as sondagens. O recandidato independente começou por desvalorizá-las e, já no final do debate, concluiu que "mais se justifica o apelo" a "uma maioria reforçada, não só na Câmara, mas também na Assembleia". Mas prometeu "tomar em linha de conta" propostas da Oposição que "correspondam à realidade da cidade".

Tiago Barbosa Ribeiro está "para vencer" e "muito confiante", quando já afastou a hipótese de aceitar pelouros. Mas o socialista promete ficar "quatro anos na Câmara".

Vladimiro Feliz comentou o tema de um acordo pós-eleitoral, notando que "já disse ao que vinha". E "se fosse para acordos tinha seguido outro caminho, mais fácil para mim", disse o candidato do PSD, contando "ganhar esta eleição".

"A aposta do BE é eleger um vereador" para "contrariar a fraca oposição que do mandato anterior", defendeu Sérgio Aires, que vai medir forças à Esquerda.

Pressão turística

Questionada sobre a aproximação ao atual presidente e se admite ser aliada de Moreira, a deputada municipal Bebiana Cunha prometeu uma postura construtiva, aberta a "dialogar com outros partidos e apoiar propostas, mas sem abdicar dos valores" do PAN. E "fará oposição sempre que for preciso e a cidade pedir".

Instada, por sua vez, sobre se afirmar que é candidata ao Porto pela última vez a pode prejudicar, a comunista Ilda Figueiredo respondeu "pelo contrário". E prometeu mais quatro anos a defender os direitos dos moradores com "disponibilidade completa".

Os setores mais polémicos do debate sobre o Porto foram o turismo, pelo alojamento local, e a habitação, pela falta de casas a preços ou rendas acessíveis.

"Não me parece que se possa atribuir a perda de população ao turismo", referiu Moreira. Em linha com os apelos dos adversários, concordou em promover a sua distribuição face à "pressão turística", embora avise que "não há milagres" nesta matéria em nenhuma cidade.

O candidato independente prometeu, por exemplo, reduzir os autocarros turísticos em certas zonas. Mas recusa "proibicionismo" no setor turístico porque "não podemos matar a galinha dos ovos de ouro". Uma expressão que Vladimiro Feliz repetiu, dizendo que "não há turismo a mais, é uma questão de distribuir a pegada turística, muito concentrada no centro".

Casas para classe média
O candidato do PSD propõe habitação a custos controlados, para aquisição e arrendamento, a criação de "bolhas" de construção com apoio do Estado ou de privados, e baixar para metade a componente municipal do IRS para apoiar as famílias.

Além de prometer definir o Centro Histórico como "zona de contenção" no alojamento local e quotas no resto da cidade, Tiago Barbosa Ribeiro propõe um programa de arrendamento acessível e habitação para a classe média. Recusa "um turismo massificado" e, no que toca à habitação, nota que existem terrenos municipais disponíveis para construir casas destinadas à classe média, criticando a falta de avanços.

Ilda Figueiredo exige três mil habitações p��blicas para quem vive sem condições e depois mais três mil com rendas apoiadas.

Para Sérgio Aires, "só a habitação pública pode contrariar a especulação imobiliária" e defende que sejam disponibilizados "cinco mil fogos" neste próximo mandato. Critica Moreira pelos "13%" de habitação pública.

Bebiana Cunha, que propõe um pelouro específico do turismo, pede "equilíbrio" com a habitação. "Não há milagres mas devia haver políticas de habitação na cidade", respondeu a candidata a Rui Moreira.

Mobilidade gerou críticas

A mobilidade foi outra arma de arremesso contra Rui Moreira . Para além das críticas à estratégia de ciclovias e à colocação de pinos, vários reclamaram a requalificação da Circunvalação.

Após Moreira sair em defesa das políticas de mobilidade, Barbosa Ribeiro prometeu um "plano para a mobilidade sustentável e transição energética". Disse ainda que "a Câmara não tido voz" na Área Metropolitana, junto do Governo e da Infraestruturas de Portugal (IP), entidade que gere as estradas. "Deve conseguir reclamar ou municipalizar a VCI para o Porto". E "intervir na Circunvalação", destacou, à semelhança de outros candidatos.

Vladimiro Feliz propõe uma nova ligação pedonal entre Porto e Gaia e que a Câmara "trabalhe com os concelhos limítrofes para reduzir o fluxo" de trânsito na Invicta.

Ilda Figueiredo reclama "um planeamento metropolitano" e "parques periféricos" junto a transportes, criticando ainda a "forma atabalhoada como a Câmara intervém no território".

Sérgio Aires alertou para o elevado número de atropelamentos, defendendo passadeiras elevadas e ruas pedonais, enquanto Bebiana Cunha reclamou mais espaços verdes de proximidade com equipamentos e parques caninos. .

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