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Inovação e sustentabilidade para mostrar têxteis em Paris

Inovação e sustentabilidade para mostrar têxteis em Paris

Mais de meia centena de empresas portuguesas da indústria têxtil e vestuário estão em Paris, França, para participar na primeira edição presencial da Première Vision após o rebentar da pandemia. Trata-se de uma feira de referência para o setor, que apostou na inovação e na sustentabilidade, mostrando tecidos orgânicos, materiais reciclados e fibras feitas a partir de restos de abacaxi e banana.

É o caso da RDD. Sediada em Barcelos, a empresa marca presença na Première Vision Paris há já três anos. Especialista em malhas circulares, tem uma parceria com a Pangaia, que implica a produção de fibras a partir de restos de ananás e de banana.

"Procuramos sempre os processos mais amigos do ambiente e que consomem menos recursos. Trazemos uma gama cujo processo é baseado em bioengenharia, em que são manipulados microorganismos para fazer o tingimento dos materiais. Ou seja, conseguimos substituir o processo de tingimento convencional e não utilizamos químicos ou sal e as quantidades de água também são mais reduzidas", explicou Elsa Parente, diretora geral da RDD, garantindo que há uma preocupação crescente com a sustentabilidade na produção dos produtos.

"Os clientes que trabalham connosco partilham dos mesmos valores [sustentabilidade]. Mesmo os clientes novos que nos contactam, vêm à procura do que estamos a oferecer em termos de materiais e processos. Sabem que aqui encontram alternativas e novidades. Além disso, comparamos e dizemos aos nossos clientes qual a poupança destes processos inovadores e amigos do ambiente", referiu Elsa Parente, sem esconder a felicidade pelo regresso às feiras presenciais.

"Nós não fizemos visitas, nem recebemos visitas [durante o primeiro ano de pandemia]. Mas conseguimos desenvolver o negócio. Temos clientes novos que estamos agora a conhecer pessoalmente pela primeira vez", contou a responsável pela RDD.

Na Somelos Tecidos, o sentimento é semelhante. A empresa participa na feira há mais de quatro décadas e é especializada em camisaria para homem e mulher. "Estar cá com os clientes é bom. É importante sentir o negócio. Nada como estar na feira com os clientes a tocar nos tecidos e a ver a cor", referiu Paulo Melo, administrador da Somelos Tecidos, que conta com cerca de 1700 clientes espalhados pelo mundo inteiro e que durante a pandemia viu-se obrigado a transformar a coleção física em digital.

Na manhã desta quarta-feira, pouco passava das 9 horas e já o espaço destinado à Somelo Tecidos na feira de Paris estava cheio de gente para ver as novas tendências. "Sentimos uma retoma lenta mas progressiva. Os mercados vão abrindo e a nossa gama de produtos é muito bem aceite e reconhecida", disse Paulo Melo.

A uns metros, está a Anjos&Lourenço. A aposta da empresa, garante João Anjo, recai na inovação e na sustentabilidade. Aliás, no seu espaço da Première Vision Paris, estavam expostas peças de vestuário feitas a partir de tecidos orgânicos e materiais reciclados. "Todos os clientes andam em torno dos orgânicos", contou o administrador da Anjos&Lourenço, admitindo que a pandemia exigiu criatividade às empresas.

"Se o cliente fica em casa, quer uma peça mais confortável e na qual se sinta bem. Então, foi para aí que nos viramos. Atualmente, as pessoas já andam com estas peças [mais casuais], não apenas para fazer desporto, mas para ter um look diferente. É normal vermos uma pessoa de fato de treino e com um blazer por cima. Há dois anos, não víamos isto", relatou João Anjo, frisando que, no que toca ao setor têxtil, Portugal descata-se pela rapidez e qualidade do produto.

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