jornaleconomico.sapo.ptAna Pina - 5 ago. 13:42

Contributo da bioenergia avançada para uma mobilidade e economia verdes

Contributo da bioenergia avançada para uma mobilidade e economia verdes

O desenvolver da indústria da bioenergia avançada criou tipos de biocombustíveis, não dependentes de matérias-primas da natureza, que trazem mais vantagens, tanto para o ambiente, como para a economia e para a redução da dependência energética do país.

Quando se deu o primeiro passo em direção aos biocombustíveis, uma alternativa ao tradicional combustível fóssil, menos poluente, a indústria ainda não estava muito desenvolvida e era dependente de matérias-primas da natureza.

Face a este cenário, nos últimos anos, Portugal e a União Europeia desenvolveram políticas para impulsionar a subindústria da bioenergia avançada, na qual se desenvolvem os biocombustíveis de resíduos e outros avançados, hoje incorporados no combustível que colocamos nos nossos veículos, e que é altamente sustentável e promotora de uma economia circular.

É, por este motivo, importante, desmistificar algumas das ideias que ainda prevalecem sobre os biocombustíveis e que em nada refletem o esforço e desenvolvimento deste setor.

Gradualmente, estamos a abandonar o uso de óleos virgens de origem agrícola e matérias-primas como a palma, colza, soja, beterraba, entre outras, e a criar alternativas renováveis, mais sustentáveis e ainda promotoras da recolha, tratamento e reutilização de resíduos altamente poluentes.

Os biocombustíveis de resíduos são produzidos a partir de óleos alimentares usados e gorduras animais (não destinadas ao consumo humano) e os biocombustíveis avançados a partir de molhos e margarinas fora de prazo, algas, borras de café, palha, entre outros, com recurso a processos e tecnologias de conversão mais avançadas. Ambos apresentam resultados extremamente benéficos para o ambiente, tanto que, a substituição direta de combustíveis fósseis por estas fontes de energia líquida renováveis significaria uma poupança de pelo menos 83% de emissões de gases de efeito de estufa.

Ainda mais, por serem feitos a partir de matérias-primas consideradas residuais, promovem a economia circular, dando uma segunda vida a resíduos que, caso contrário, acabariam a poluir o meio ambiente, como é, entre outros exemplos, o caso dos óleos alimentares usados. Em Portugal, apenas 40% dos óleos alimentares introduzidos no mercado são reciclados, um cenário urgente de reverter, uma vez que um só litro de óleo alimentar é capaz de poluir um milhão de litros de água.

O desenvolvimento da bioenergia avançada gerou uma alternativa mais sustentável, mais viável para a sua implementação – uma vez que os biocombustíveis são incorporados no combustível e os veículos já estão preparados de raiz para os receberem – e um forte impulsionador da transição energética na mobilidade. Para isso, devem ser promovidas mais medidas para a promoção e informação sobre esta indústria e mais incentivos à sua crescente adoção e incorporação. Só assim caminharemos para um setor dos transportes mais sustentável.

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