jornaleconomico.sapo.ptjornaleconomico.sapo.pt - 2 ago. 17:30

Presidente afegão tenta resistir ao avanço dos Taliban

Presidente afegão tenta resistir ao avanço dos Taliban

Ashraf Ghani apresentou um plano de segurança ao parlamento, mas não forneceu qualquer detalhe, o que leva os analistas a duvidarem da capacidade do governo em fazer frente aos Taliban. Entretanto, a União não reconhecerá um governo taliban que resulte de uma tomada violenta do poder.

O presidente afegão, Ashraf Ghani, apresentou esta segunda-feira um plano de segurança ao parlamento do país, mas não forneceu detalhes sobre a forma como as força de segurança vão tentar fazer frente a mais uma investida da guerrilha dos Taliban – que, segundo alguns analistas, está todos os dias mais perto de chegar ao poder.

O exército afegão, citado por vários jornais, disse que três províncias no sul e no oeste do Afeganistão estão a enfrentar “situações de segurança críticas” à medida que os combates se intensificam. Os combates no país dilacerado pela guerra Ásia aumentaram à medida que os Estados Unidos e as tropas da NATO planeiam concluir a sua retirada a 31 de agosto próximo, após 20 anos de guerra.

Já não há qualquer dúvida sobre a evidência de que a insurgência muçulmana radical vai tentar tomar o poder assim que as tropas ocidentais saírem do país – se não for mesmo antes – e que a via do diálogo está aparentemente fechada, apesar do que os líderes taliban têm dito em contrário.

Aliás, os Estados Unidos e o Reino Unido acusaram esta segunda-feira os Taliban de atrocidades que equivalem a “crimes de guerra” na cidade de Spin Boldak, junto da fronteira com o Paquistão. “O Taliban massacraram dezenas de civis por vingança. Estes assassinatos podem constituir crimes de guerra”, disseram as embaixadas de Washington e Londres no Twitter.

“Depois de tomarem o distrito de Spin Boldak, os Taliban perseguiram e identificaram funcionários do governo e mataram essas pessoas, que não tinham papel de combate no conflito”, disse o grupo, por seu turno, a Comissão Independente dos Direitos Humanos do Afeganistão, acrescentando que pelo menos 40 pessoas foram mortas.

Ao mesmo tempo, tropas da Rússia e do Uzbequistão iniciaram exercícios militares conjuntos esta segunda-feira perto na fronteira com o Afeganistão, no meio de temores de que a guerra no Afeganistão se espalhe à Ásia Central. O governo de Moscovo disse que 1.500 soldados russos e uzbeques participarão nos exercícios de cinco dias – ao mesmo tempo que informou que enviará um contingente militar muito maior ao Tajiquistão para exercícios trilaterais que devem começar lá no final desta semana.

Entretanto, Thomas Nicholson, chefe da delegação da União Europeia no Afeganistão, disse, citado pelo “The Afghanistan Times”, que “se os Taliban chegarem ao poder militarmente, a União não os reconhecerá”.

“Estamos claramente muito preocupados com a situação. Estamos a tentar permanecer envolvidos no Afeganistão tanto quanto possível e continuaremos a nossa assistência ao desenvolvimento. Estaremos envolvidos politicamente também”, disse Nicholson.

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