jornaleconomico.sapo.ptjornaleconomico.sapo.pt - 5 mar. 08:17

Pandemia ajudou a “catapultar” o país com urgência para o digital

Pandemia ajudou a “catapultar” o país com urgência para o digital

O Plano de Recuperação e Resiliência de Portugal conta com um montante de 2,5 mil milhões de euros em subvenções na área da transição digital, estando disponíveis 650 milhões para a digitalização das empresas, 631 milhões para a administração pública e 559 milhões para a escola digital.

A pandemia da covid-19 veio “catapultar” cidadãos e entidades públicas para o digital, permitindo acelerar a transição digital da sociedade e da economia, defende uma especialista em administração pública.

Portugal, que se prepara para investir um quinto do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) na transição digital, está, a vários níveis da digitalização da economia e da sociedade, abaixo da média europeia, nomeadamente nas competências digitais, uso da internet ou investimento em inovação e desenvolvimento.

Porém, para a especialista em administração pública, Maria Helena Monteiro, a pandemia, que teve “um custo terrível”, poderá ter permitido catapultar o país “com um sentido de urgência para o digital”.

“Não há dúvida que é uma causa pela qual os nossos indicadores [relacionados com uso e competências digitais] vão ser diferentes, de certeza absoluta”, afirma a docente do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) da Universidade de Lisboa.

No índice europeu da economia e sociedade digitais de 2020, Portugal apresentava um crescimento nos últimos cinco anos, mas abaixo do ritmo europeu e com uma pontuação final também abaixo da média da Europa – liderada pela Finlândia, Suécia e Dinamarca -, ficando em 19.º lugar em 28 países.

Segundo Maria Helena Monteiro, também coordenadora do ILab – eGovernment & eGovernance do ISCSP, Portugal tem bons resultados comparativamente com outros países europeus na oferta de serviços públicos digitais, mas que não eram “usados com intensidade”.

A pandemia veio ‘obrigar’ muitos cidadãos a recorrer a esses serviços por meios digitais que antes não usavam, aclara.

No entanto, Maria Helena Monteiro alerta que “não se fazem omeletes sem ovos”, sendo necessário investimento para garantir uma cobertura de telecomunicações de qualidade em todo o país e trabalho na inclusão digital de todos.

“Os programas estão aí, os projetos estão aí, agora precisamos de pôr em marcha e ter muita consciência dos perigos e riscos que poderão surgir se não dermos a devida atenção a toda a sociedade e à inclusão digital de toda a sociedade”, vinca.

A transição digital foi definida como uma das linhas de ação da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia (UE), que se propõe dar prioridade às iniciativas que contribuam para acelerar esta transição enquanto motor da recuperação económica e promover a liderança eu­ropeia na inovação e economia digitais.

O programa da presidência aponta nomeadamente o desenvolvimento de competências digitais com vista à adaptação dos trabalhadores aos novos processos produtivos, a transformação digi­tal das empresas e das plataformas digitais, a promoção da saúde e prevenção da doença e a educação e formação ao longo da vida.

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