observador.ptobservador.pt - 4 mar. 22:37

"Não desconfio que tenha sido qualquer ato criminoso". PJ investiga fogo no "Estaminé", mas dono não acredita em mão criminosa

"Não desconfio que tenha sido qualquer ato criminoso". PJ investiga fogo no "Estaminé", mas dono não acredita em mão criminosa

Proprietário do restaurante "Estaminé", na Ilha Deserta, em Faro, desconhece como o fogo reduziu a cinzas o seu negócio, mas não acredita qu...

A Polícia Judiciária está a investigar o incêndio que consumiu o restaurante “Estaminé” na Ilha Deserta, em Faro, mas o seu proprietário não acredita que na origem possa haver mão criminosa. “Não desconfio que tenha sido qualquer ato criminoso, não desconfio disso, acho muito pouco provável”, disse ao Observador José Vargas.

José Vargas explicou ao Observador que neste momento decorriam no espaço (o único na ilha) trabalhos de manutenção. “Estávamos a substituir tábuas, pinturas, a instalar mais uma máquina para captar a água do mar, mas são coisas que fazemos continuamente”, diz, nada que explique um fogo. Quando muito, “uma avaria elétrica”, diz José Veiga, para quem o restaurante era mais que uma casa, era “um filho”.

No restaurante estavam quatro ou cinco arcas ligadas e na ilha não estava ninguém, até porque como o nome indica não existe ali mais nada. Costuma haver pescadores, que chegam mesmo a albergar-se por baixo do restaurante agora em escombros, para se abrigarem, mas com as medidas de confinamento obrigatório nem isso acontece.

Fonte da Polícia Judiciária disse ao Observador que o caso está ainda a ser investigado e que ainda não é possível saber as causas do fogo. Estão também a ser vistas as condições do seguro. Mas, até lá, José Vargas não pode tocar em nada. Muito menos pensar em retirar os escombros do restaurante para começar a reerguer o espaço, como quer fazer.

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São tudo operações delicadas. Tem que ser tudo transportado de barco. Tínhamos uma máquina para os trabalhos que ficava guardada no restaurante e que ardeu, não temos energia, nem esgotos, nem água. Nada! Temos que começar abaixo de zero”, descreveu.

Apesar de a autarquia já se ter mostrado disponível para colaborar com o empresário, Vargas lembra no entanto que há questões burocráticas que não dependem da câmara. Acresce o tempo da peritagem por parte da seguradora e da própria investigação. “Para abrir em julho, teria que abrir daqui a duas semanas. Se não for em julho que seja em agosto que é sempre o mês mais forte”, diz.

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Com o restaurante em cinzas, a própria praia está comprometida, porque está montada em cima da infraestrutura que José Veiga criou, e que lhe permite ter “bandeira azul e dourada”. A própria empresa que gere o espaço está “amputada”. “Temos boca, mas não temos mão para levar a comida à boca”, compara, lembrando que tem a cargo 33 pessoas que desde 15 de novembro estão em casa pagas pelo apoio do estado à restauração.

Os mesmo funcionários tinham estado em lay off no primeiro confinamento, até maio. Nesse período, porém, a empresa acabou por contrair alguns crédito para poder manter tudo. Agora será mais difícil ainda recuperar.

O irmão de José contou, numa publicação no Facebook, a história do Estaminé. Gonçalo Vargas contou como ele e o irmão pensaram no projeto, na “adaptação da forma a ventos dominantes, a enquadramento de vistas, exposição solar, controlo passivo de temperatura com tetos de abrir e cortinas de abrir”. E a ligação à ilha, onde estes irmãos cresceram numa casa que acabou por ser demolida.

Estaminé – notas de uma estrela caídaQuero iniciar este texto com um agradecimento profundo pelos milhares de…

Posted by Gonçalo Vargas on Thursday, March 4, 2021

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