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Visão | Francisco Camacho: Ao que vai o único candidato à liderança da Juventude Popular

Visão | Francisco Camacho: Ao que vai o único candidato à liderança da Juventude Popular

No próximo fim de semana, a Juventude Popular reúne-se em congresso para escolher o novo líder. Esta é a primeira reunião magna desde a saída de Francisco Rodrigues dos Santos para a presidência do CDS e há apenas um candidato: Francisco Camacho

O poeta e dramaturgo irlandês Oscar Wilde destacou, numa das suas comédias, “A importância de se chamar Ernesto” e a Juventude Popular (JP) poderia facilmente adaptar o lema para a importância de se chamar Francisco. Depois de Francisco Rodrigues dos Santos ter deixado a liderança da juventude centrista, em janeiro de 2020, para presidir ao partido, Francisco Mota substituiu-o interinamente até haver hipótese de fazer eleições, adiadas por causa da pandemia. Agora, o 24.º Congresso está agendado para os dias 6 e 7 de março, online, e há apenas um candidato a dirigente para os próximos dois anos: Francisco Camacho.

Tem 27 anos, é lisboeta e inscreveu-se no CDS em 2010, pouco antes de entrar para a Faculdade Católica de Direito, onde fez a licenciatura e um mestrado em Direito e Gestão. Tem também uma pós graduação em contratação publica; foi eleito membro da Assembleia de Freguesia de Alvalade, Lisboa, em 2017, e trabalha como consultor jurídico na Associação Portuguesa de Bancos. Francisco Camacho dedicou grande parte do seu tempo livre à JP e conta, à VISÃO, que assume este desafio “numa fase difícil para o partido e para o País”, porque gosta de política e sentiu “o dever de dar à instituição” o que ela lhe foi dando ao longo dos anos.

“Neste últimos dez anos em que tive a minha militância, percebi que o País estagnou nas oportunidades para as novas gerações e acho que não há melhor forma para procurar melhorar as coisas do que através de uma organização política”, continua. Começou por se interessar por história e foi esta disciplina que o levou até à história política, andava Francisco no oitavo ano. Identificava-se “um pouco mais à direita por não acreditar nos modelos mais ultrapassados da esquerda” e descobriu o CDS “numa fase de enorme fulgor do partido, com protagonistas fortes como Paulo Portas e um conjunto de valores importantes como assumir Portugal sem complexos, mas também preocupações com a economia, com as empresas e com a força das pessoas”.

Leva essas preocupações para a Juventude Popular, concentrando-se de momento em propostas para políticas de incentivo à família e à natalidade; investimento no mar; uma reforma da Segurança Social, inspirada no modelo espanhol com tetos nas contribuições e nas pensões; e uma reforma do sistema eleitoral, que se refletiria, nomeadamente, na eleição dos deputados para a Assembleia da República. Propõe que 115 deputados sejam eleitos num circulo nacional, onde todos os votos valessem o mesmo, e os outros 115 através de círculos de proximidade.

Autárquicas, “o barómetro para testar lideranças”

O primeiro grande desafio que antecipa para a JP nos próximos tempos são as eleições autárquicas, no outono, “o barómetro importante para testar lideranças”. E já fez saber ao presidente do partido que pode contar com a estrutura da juventude para ajudar na batalha pela conquista de Câmaras.

Francisco Camacho reconhece a fragilidade do partido – que todas as sondagens colocam em último lugar, com menos de 1% das intenções de votos -, mas lembra que “esta liderança [de Francisco Rodrigues dos Santos] só teve uma eleição de âmbito regional – nos Açores. As autárquicas vão ser o primeiro grande teste e só devem servir para que o partido perceba do que Portugal precisa. Independentemente das questões internas por ultrapassar, a melhor maneira de unir o CDS e voltar a colocar o partido na mente dos portugueses é ter respostas aos anseios dos portugueses, especialmente dos mais jovens, uma franja eleitoral que o CDS tem de recuperar”, diz o candidato único da JP.

“Declarar que está tudo lindamente seria ignorar a realidade. Há um conjunto de adversidades, mas sei que o partido tem pessoas empenhadas em resolver isso mesmo”, acrescenta.

2.ª vez que substitui Rodrigues dos Santos

A ser eleito no próximo fim de semana – o que deverá mesmo acontecer, sendo Francisco Camacho o único candidato – esta é a segunda vez que o consultor jurídico substituí Rodrigues dos Santos. A primeira foi na liderança da concelhia de Lisboa da Juventude Popular. “Mera curiosidade”, reage Francisco Camacho, que afirma não ter “a ambição de ser presidente do partido”.

“A minha ambição é fazer o que puder para mudar o paradigma do País e a circunstância em que eu possa ser útil ajusta-se a isso. Não tenho nenhum horizonte político. Claro que gosto de política, mas acho que as coisas têm de surgir com naturalidade”.

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