jornaleconomico.sapo.ptjornaleconomico.sapo.pt - 25 jan. 15:59

Santos Silva espera quadro de cooperação da UE com Moçambique "nas próximas semanas"

Santos Silva espera quadro de cooperação da UE com Moçambique "nas próximas semanas"

Portugal quer que o auxílio a Moçambique no que diz respeito a Cabo Delgado seja enquadrado como eixo da diplomacia dos 27. Cooperação humanitária e ao desenvolvimento e apoio na formação militar são os objetivos.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, disse esta segunda-feira, depois de uma reunião dos chefes da diplomacia dos 27 (em Bruxelas), que espera para “as próximas semanas” um “quadro de cooperação reforçada” entre a União Europeia e Moçambique, para enfrentar a situação em Cabo Delgado.

O ministro português mantém-se assim fiel ao plano de apoio a Moçambique delineado por Portugal – que prevê desde a primeira hora o envolvimento da União Europeia como parceiro privilegiado. Santos Silva explicou que esse plano tem três níveis de envolvimento: “ações humanitárias”, “projetos de apoio ao desenvolvimento, uns em curso outros que vão ser lançados agora”, e “apoio na formação de forças especiais em termos logísticos de de apoio à obtenção de equipamento”.

Santos Silva teve oportunidade de dar conta aos seus homólogos da “missão política” que realizou na semana passada a Maputo, “para exprimir a solidariedade europeia com a situação gravíssima que Moçambique enfrenta na sua luta contra o terrorismo e a insurgência na província de Cabo Delgado”. Aliás, frisou Santos Silva, a visita a Moçambique estava enquadrada na sua qualidade de representante do responsável para a Política Externa e de Segurança da União, o espanhol Josep Borrell.

“Em primeiro lugar, pude ser recebido pelo presidente da República de Moçambique [Filipe Nyusi], pude reunir com os ministros dos Negócios Estrangeiros, da Defesa, do Interior e da Agricultura, e pude recolher as prioridades muito claras das autoridades moçambicanas, que querem maior cooperação da Europa na área da ação humanitária, na área do apoio ao desenvolvimento e na área da segurança”, disse, citado pela agência Lusa.

“As equipas técnicas dos dois lados começaram a trabalhar e, portanto, a minha expectativa é que nós, durante as próximas semanas, possamos chegar a um quadro de cooperação reforçada com Moçambique”, afirmou.

Segundo o chefe da diplomacia portuguesa, o objetivo é estabelecer “um quadro que permita apoiar o norte de Moçambique na sua luta contra o terrorismo e insurgência, em cooperação e em coordenação com as autoridades regionais, os países da região e a sua organização multilateral, a SADEC [Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral], e no espírito que anima sempre a cooperação europeia: o respeito pelos direitos humanos, o apoio às populações, e a ação humanitária quando ela é necessária e a ação indispensável para reforçar a segurança e a estabilidade nesta região”.

Além da situação em Cabo Delgado, os chefes de diplomacia dos 27 debateram também as prioridades a nível de política externa da presidência portuguesa do Conselho da União, onde avulta o Pacto Ecológico Europeu como objetivo central da diplomacia Europeia. Sobre o assunto, Santos Silva teve oportunidade de “saudar o regresso dos Estados Unidos ao Acordo de Paris”.

Outro ponto da agenda foi a Venezuela. Santos Silva insistiu que os 27 não reconhecem as eleições de 6 de novembro passado para a Assembleia Constituinte – que a oposição boicotou – e que a União mantém o seu apoio aos que, no país, querem a organização de eleições justas e transparentes.

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