sol.sapo.ptFilipa Moreira da Cruz - 25 jan. 22:37

Nunca mais és mãe…

Nunca mais és mãe…

As mulheres do segundo milénio têm o direito de ser solteiras, casadas, divorciadas, com seis filhos ou nenhum.

Muitas das minhas amigas não têm filhos. Nem todas por opção. Mas isso não significa que não gostem de crianças, antes pelo contrário. Perguntam-lhes frequentemente se ainda pretendem ser mães. Sabem que prazer não tem de rimar com procriação. Foram necessários longos séculos para que o sexo feminino se assumisse naturalmente, sem ter de pedir licença ou justificar-se. No entanto, em muitos países, o caminho ainda é árduo e com espinhos. 

Defendo o direito de expressão e a liberdade de escolha. E isto não significa apenas darmos a nossa opinião. Podemos expressar-nos das mais variadas maneiras. Certos atos são mais reivindicativos que palavras. À Gabrielle Chanel bastou-lhe renunciar ao corset. Vestir uma saia ou um par de calças, usar camisa e gravata, pintar os lábios de vermelho. A mulher é a única capaz de saber o que é melhor para ela e recorre a todos os subterfúgios para tal. E se as suas escolhas não forem as mais corretas, ela não deverá culpar ninguém. Errar é aprender. E aprender é viver. A vitimização é inimiga da emancipação.

Filha, irmã, amiga, prima, sobrinha, neta. Mulher, amante, companheira, confidente. Somos únicas e inteiras, com ou sem descendência. Para todos os feitios e gostos. E para que o futuro se escreva de todas as cores.

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