jornaleconomico.sapo.ptjornaleconomico.sapo.pt - 25 jan. 22:25

Supervisor alemão investiga transações no mercado de um administrador do Deutsche Bank ligado à Wirecard

Supervisor alemão investiga transações no mercado de um administrador do Deutsche Bank ligado à Wirecard

O principal regulador financeiro da Alemanha está a investigar as transações no mercado de um membro do supervisory board do Deutsche Bank AG, Alexander Schuetz, vinculado à Wirecard AG, a agora extinta empresa de pagamentos que faliu devido à falsificação da contabilidade, avança a Bloomberg.

A BaFin está a levar a cabo uma investigação preliminar às negociações em bolsa da Schuetz, incluindo opções sobre as ações da Wirecard na época em que o SoftBank Group Corp anunciou um plano para investir na fintech alemã que prometia revolucionar o mercado dos meios de pagamento, em 2019, disseram pessoas familiarizadas com o assunto à Bloomberg.

Na altura o acordo da Wirecard com a SoftBank ajudou dar a confiança às ações da fintech, que na altura já estavam sob pressão dos relatórios divulgados pelo Financial Times que revelavam irregularidades contabilísticas.

Em 2019, as notícias sobre a Wirecard começaram a ser menos positivas, com o jornal britânico Financial Times a noticiar que a empresa tinha inflacionado os relatórios relativos às vendas e aos lucros.

O SoftBank planeou em abril de 2019 investir 1.000 milhões de dólares na Wirecard através de uma operação que envolvia obrigações convertíveis em ações. A notícia impulsionou as ações da Wirecard em até 12% quando foi anunciado o acordo em abril de 2019. Mas o SoftBank, no final daquele ano, reduziu a sua exposição na Wirecard, à medida que as dúvidas sobre as finanças da empresa de pagamentos aumentavam.

O caso Wirecard, diversas vezes comparado ao caso BES em Portugal, tem sido alvo de investigações dos reguladores.

O regulador do mercado alemão parece concluir que a Wirecard pode ter sido vítima de um complot em que estiveram envolvido traders de venda a descoberto (short-selling), mesmo depois de a empresa ter descoberto que 1,9 mil milhões de euros contabilizados no balanço tinha desaparecido. Recorde-se que a auditora EY recusou-se a assinar as contas relativas a 2019 da Wirecard dado que não conseguia confirmar a existência de 1,9 mil milhões de euros em saldos de tesouraria.

Isto é, Felix Hufeld, presidente da BaFin, admite a hipótese de parte do dinheiro perdido ter sido fruto de um ataque de investidores que apostavam contra o preço das ações da empresa.

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