jornaleconomico.sapo.ptjornaleconomico.sapo.pt - 25 jan. 17:20

Grécia e Turquia finalmente sentados à mesa das negociações

Grécia e Turquia finalmente sentados à mesa das negociações

Os dois países da NATO abrem as primeiras negociações desde 2016 para resolver os problemas criados pela sobreposição de interesses nacionais antagónicos no Mediterrâneo Oriental.

Grécia e Turquia cederam finalmente às pressões da União Europeia e da NATO e abriram esta segunda-feira as primeiras negociações diretas desde 2016 sobre o impasse que os dois países mantêm no Mediterrâneo Oriental – e onde se misturam geopolítica e vontade de prospeção de petróleo e gás natural.

Num quadro em que os vasos de guerra dos dois países quase entraram em confronto direto no passado mês de agosto, o presidente turco, Recep Erdogan, vem desde então a insistir na necessidade de negociações. A União parece não ter ficado convencida da ‘bondade’ do gesto do presidente turco, e avançou para a imposição de sanções económicas a Ancara.

Citado por vários órgãos de comunicação social, o ministro das Relações Exteriores da Grécia, Nikos Dendias, disse que Atenas entra nas chamadas negociações exploratórias “de boa fé” e espera que do lado do seu homólogo turco, Mevlut Cavusoglu, suceda o mesmo.

A falta de entendimento entre a Grécia e Turquia (com raízes seculares) resultou em mais de 60 reuniões sucedidas entre 2002 e 2016, mas foram interrompidas sem que tivessem chegado a um entendimento. O facto de, entretanto, se ter descoberto a existência de energia fóssil na região só veio piorar as relações entre vizinhos.

As hostilidades intensificaram-se no ano passado, quando Ancara enviou um navio de prospeção acompanhado por uma flotilha da Marinha para águas perto da costa turca, que a Grécia afirma, com o apoio da União, serem suas. A Turquia não aceita que a Grécia use a vasta rede de ilhas para reivindicar grandes extensões dos mares Egeu e Mediterrâneo.

A NATO acabou por ser chamada a intervir e criou uma linha direta de conversações para evitar um conflito militar. Ao mesmo tempo, a Alemanha liderou os esforços para resolver a disputa por meio de negociações que não isolem ainda mais Erdogan – mas alguns parceiros da União, nomeadamente a França, não quiseram secundar a posição germânica.

Mas o quadro do início de conversa não é unânime: Atenas quer limitar as discussões – lideradas pelo diplomata grego reformado Pavlos Apostolidis e pelo vice-ministro das Relações Exteriores turco, Sedat Onal – às fronteiras da plataforma continental e à extensão das zonas económicas exclusivas. Por seu lado, Ancara também quer conversar sobre a presença de tropas gregas em algumas das suas ilhas e quer discutir zonas aéreas.

Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, comentou num tweet após o início dos encontros, que, além das conversas, espera “gestos confiáveis ​​no terreno”.

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