jn.pt - 25 jan. 00:00
Obrigado!
Obrigado!
Votei ontem pela 42.ª vez em eleições nacionais ou locais, incluindo referendos. Tenho 57 anos e lembro-me dos meus pais, infelizmente já falecidos que, com 48 anos, nunca tinham votado em liberdade.
Recordo-me, ainda em miúdo e sem idade para votar, da azáfama que lá por casa existia nas vésperas das eleições em que ambos exerciam, com orgulho e alegria, as funções de membros de mesas eleitorais. Bem como das estórias que contavam sobre as peripécias dos dias eleitorais (a mais saborosa a da minha mãe que, ao mesmo tempo que depositava o voto de um eleitor, meteu na urna o bilhete de identidade e o cartão de eleitor do cidadão - que não teve outro remédio, perante as desculpas de minha mãe e sem reclamar, de ir lá buscar os mesmos no final do ato eleitoral, quando a urna foi aberta...).
Não posso, por isso, deixar de prestar homenagem a todos os que fazem parte das mesas de voto. Muitos desde o início, quando a função não dava lugar a qualquer remuneração. Lembrando que as mesas de voto são constituídas, na sua maioria, por cidadãos indicados pelos partidos políticos - que tão vilipendiados são, apesar do papel essencial que desempenham no nosso regime democrático...
E quando vi gente a dizer que não vai votar por receio da pandemia, não posso deixar de valorizar ainda mais os cidadãos e as cidadãs que asseguraram o funcionamento das mesas de voto. Onde estiveram por mais de 12 horas, sempre de máscara e de "boa cara" a dar as boas-vindas aos eleitores. Sendo que, e acho importante que tal se saiba, os cidadãos indicados pelo PCP para as mesas entregam o dinheiro da sua senha ao seu partido, cumprindo, tal como todos os eleitos, autarcas ou deputados, o princípio de não serem beneficiados pelo exercício de cargos públicos...
Por tudo isto, independentemente dos resultados, sei que a democracia vencerá.
Engenheiro