publico.pt - 14 jan 05:00
Cartas ao director
Cartas ao director
A corrida a Belém
O pelotão, composto por sete corredores que vão disputar a corrida a Belém no próximo dia 24, fez a sua apresentação colectiva e televisivamente no Pátio da Galé. Um deles, o vencedor em título, estando provisoriamente confinado e até mascarado, vá-se lá saber porquê, também se fez ouvir e foi visto. Se fôssemos ver qual deles tem melhores “canetas” para chegar ao pódio, de certeza não será o que vai vencer a corrida, dado que as suas “ganchetas” são alegadamente as mais fracas. Mas lá diz o ditado “guardado está o bocado para quem o há-de comer”.
José Amaral, Vila Nova de Gaia
Debate a seteVi na RTP-1 o debate destas presidenciais, no meu ponto de vista foi uma desilusão, e porquê? A pandemia foi o assunto mais badalado mas no tocante a uma apreciação da “corrida” dos sete “atletas” aqui fica o meu comentário: o mais bem preparado, João Ferreira; o mais mal preparado, Vitorino Silva; simpática, mas sem convencer, Marisa Matias. Mas vamos ao pódio - 1.º João Ferreira; 2. º Ana Gomes; 3. º André Ventura. Ana Gomes, caso corresse com a camisola do PS, e André Ventura, com a do PSD, iriam à segunda volta após 24 de Janeiro, é que Marcelo Rebelo de Sousa cometeu um lapso - esteve sempre agarrado a António Costa e ao seu Governo, e em política os erros pagam-se...
Tomaz Albuquerque, Lisboa
ComandosPassados que são quatro anos, a trágica morte de um recruta dos comandos, por falta de assistência médica, ainda é motivo para uma página inteira do PÚBLICO. Embora o apuramento de responsabilidades, que está difícil de conseguir, não dê vida a ninguém, é de lastimar a forma como cada um dos responsáveis “sacode a água do capote”. Embora a actividade militar de “comando”, “pára-quedista” ou “fuzileiro” seja voluntária, sabendo quem escolhe essas especialidades o que o espera. O que se passou teve responsáveis que não podem passar impunes. Não estávamos propriamente em guerra.
Carlos Leal, Lisboa
Todos contra umÀ entrada do Pátio da Galé, antes do debate geral entre os sete (magníficos?) candidatos às presidenciais, André Ventura anunciou, impante, perante as câmaras televisivas, que iríamos assistir a um debate de todos contra ele. Mais uma vez se enganou, mais uma vez tentou enganar-nos. A verdade é que, durante o “espectáculo”, ninguém lhe ligou patavina, com uma pequena excepção para Ana Gomes (e, mesmo assim, en passant). A conhecida megalomania do Ventura deve ter-se sentido me(ci)lindrada, abandonada dos favores da fortuna.
José A. Rodrigues, Vila Nova de Gaia
Os oito magníficosNo debate promovido pela RTP entre todos os candidatos à Presidência da República, realço o que disseram os presidenciáveis João Ferreira, Ana Gomes e Vitorino Silva. Pela primeira vez na história da III República, o chefe de Estado em funções, e recandidato, participou no debate. Enquanto para o candidato apoiado pelo PCP “os afectos do Presidente existem, mas estão muito mal distribuídos”, a socialista mal-amada pela cúpula do PS, “mobilizava mais cedo as Forças Armadas no combate à pandemia”. Vitorino Silva foi ao coração da pandemia ao dizer que “se estivesse a morrer, não ia escolher entre um médico privado ou público. Eu queria era ser salvo”. Carlos Daniel é candidato a moderador do ano, ao ter uma postura exemplar de independência. Parabéns a todos.
Ademar Costa, Póvoa de Varzim
Cuidados paliativos do São JoãoComo não tenho palavras para homenagear os profissionais do Serviço de Cuidados Paliativos do H.S. João, recorro a esta poderosa metáfora: “Até me apetece adoecer para receber tantos mimos!”
Médicos, enfermeiros, auxiliares de acção médica, assistente social, psicóloga e administrativa conquistam dia a dia a empatia e a confiança de doentes e familiares que por ali têm de passar. Falo pela experiência própria de ter acompanhado a minha esposa durante dois internamentos naquele serviço e, assim, ter saboreado as constantes atenções técnico-profissionais e humanitárias dos referidos profissionais. A todos presto, em meu nome, e em nome da minha esposa, dos meus filhos e de todos os seres humanos que por ali passam, a devida e sentida homenagem.
Lamento que tão importante serviço esteja resumido a uma área de poucos metros quadrados com apenas 10 camas: é pouco para receber muitos doentes terminais, que todos nós, ou uma grande parte de nós, seremos um dia. E se comecei com a ajuda de uma metáfora, termino com a ajuda da parábola do Bom Samaritano (Novo Testamento, Lucas 10:25-37), que tanto crentes como não crentes apreciam.
José Madureira, Porto