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Papa recebeu estrelas da NBA que lutam contra o racismo e as injustiças sociais

Papa recebeu estrelas da NBA que lutam contra o racismo e as injustiças sociais

O papa recebeu esta segunda-feira no Vaticano jogadores da liga de basquetebol dos EUA (NBA, na sigla em inglês), empenhados na luta contra o racismo e as injustiças sociais, de quem recebeu uma bola e camisolas.

Francisco reuniu-se na biblioteca do Palácio Apostólico com Anthony Tolliver, dos Memphis Grizzlies, Jonathan Isaac e Marco Belinelli, dos San Antonio Spurs, e ainda Sterling Brown e Kyle Korver, dos Milwaukee Bucks.

"Estamos extremamente honrados de ter tido a oportunidade de ir ao Vaticano e partilhar a nossa experiência com o papa Francisco", declarou Kyle Korver, em comunicado distribuído pela associação dos jogadores, a NBPA.

A sua equipa, a Milwaukee Bucks, do Estado do Wisconsin, tinha boicotado jogos da NBA, contra a Magic, de Orlando, no Estado da Florida, em agosto, para apoiar Jacob Blake, um afro-americano, de 29 anos, gravemente ferido pela polícia de Kenosha, neste Estado, durante a sua interpelação, ocorrida uns dias antes.

"Um 'dream team' ('equipa de sonho') atravessou o oceano para dizer, com o papa Francisco, 'não ao racismo'", comentou a agência noticiosa do Vaticano, a propósito do que qualificou como "um encontro pouco habitual entre dois universos muito diferentes".

A reunião foi pedida pelos jogadores, avançou a agência.

O papa não tem parado de atacar as discriminações e o racismo nos seus discursos, nos seus livros e nas suas audiências públicas.

Em livro a aparecer em 2 de dezembro, intitulado "Um Tempo para Mudar", saúda a "indignação sadia" dos milhões de manifestantes que protestaram na primavera contra a morte de George Floyd, um afro-americano sufocado pelo joelho de um polícia branco em final de maio.

Nesta obra, que foi divulgada hoje, Francisco criticou os opositores ao uso da máscara e a outras restrições impostas para conter a propagação da pandemia, por tal oposição e também por "nunca" protestaram contra a morte de George Floyd.

"Alguns grupos têm protestado, recusando-se a manter a distância, manifestando-se contra as restrições às viagens - como se as medidas que os governos devem impor para o bem de seu povo constituíssem uma espécie de ataque político à liberdade individual", lamentou.

Francisco insurgiu-se sobretudo contra os que dizem ser obrigados a usar máscara, obrigação descrita como "um abuso do poder do Estado", sem nunca se preocuparem com quem perdeu o emprego ou não tem previdência social.

"Nunca se verá essas pessoas a protestar contra a morte de George Floyd (...) São incapazes de sair do seu pequeno mundo de interesses", acrescentou o papa, de nacionalidade argentina.

Os negacionistas não vão intervir nem "contra as favelas, onde as crianças carecem de água e educação", nem para que "as enormes somas investidas no comércio de armas sirvam para alimentar toda a raça humana e educar todas as crianças", considerou ainda Francisco no livro.

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