www.publico.ptpublico.pt - 23 nov. 19:20

Biden escolhe advogado cubano-americano Mayorkas para chefe da Segurança Interna

Biden escolhe advogado cubano-americano Mayorkas para chefe da Segurança Interna

Mayorkas foi sub-secretário no Departamento de Segurança Interna na presidência de Obama. Em 2009, supervisionou o arranque do programa DACA, que protegia as centenas de milhares de imigrantes que chegaram aos EUA quando eram crianças.

O Presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, vai nomear Alejandro Mayorkas secretário da Segurança Interna, disse esta segunda-feira a sua equipa de transição. O cubano-americano terá assim a cargo a tarefa de reverter as políticas de imigração de linha dura do Presidente Donald Trump.

Mayorkas, antigo procurador federal da Califórnia, serviu como sub-secretário no Departamento de Segurança Interna durante a presidência de Barack Obama, quando Biden era vice-presidente. O mais alto responsável cubano-americano da Administração Obama é a última escolha de Biden para o seu gabinete quando o democrata se prepara para assumir a presidência, a 20 de Janeiro.

Se for confirmado pelo Senado, Mayorkas será o primeiro nascido no estrangeiro a chefiar o amplo departamento que foi criado no rescaldo dos atentados do 11 de Setembro nos Estados Unidos, em 2001. Hoje, tem 240 mil funcionários e é responsável pela segurança das fronteiras, imigração, ciber-segurança, prontidão e ajuda a desastres, entre outras pastas.

Entre as suas agências conta-se o Serviço de Imigração e Controlo de Fronteiras (ICE) e a Agência de Alfândega e Protecção Fronteiriça, cujas acções nos últimos anos, como a política de separação de famílias, foram alvo de muitas críticas

Mayorkas, de 60 anos, nasceu em Havana e chegou com a sua família aos Estados Unidos como refugiado político quando tinha cerca de um ano, em fuga do regime comunista. Viveu primeiro na Florida, depois na Califórnia. Actualmente, é sócio na firma de advogados WilmerHale.

Biden prometeu desfazer muitas das políticas de imigração de Trump, entre centenas de mudanças que podem levar meses ou até anos até serem postas em prática. Sabe-se que vários activistas pró-imigrantes gostavam de ver Mayorkas no cargo.

No primeiro dia da sua presidência, Biden tenciona revogar a proibição de viagens imposta por Trump a pessoas de 13 países – quase todos de maioria muçulmana. O democrata planeia também enviar ao Congresso legislação que ofereça o caminho para a cidadania aos estimados 11 milhões de imigrantes que vivem ilegalmente nos EUA.

Biden quer igualmente revitalizar o programa DACA (sigla para Deferred Action for Childhood Arrivals – Acção Diferida para as Chegadas Durante a Infância), criado por Obama e que oferecia protecção aos chamados Dreamers – as centenas de milhares de imigrantes que vivem no país depois de ali chegarem quando eram crianças. A tentativa de Trump para acabar com o programa foi bloqueada em Junho pelo Tribunal Supremo.

Vários ex-colegas de Mayorkas descrevem-no como um gestor talentoso com conhecimento do DHS e experiência tanto na aplicação da lei como no tema da imigração.

“Ele é um tipo da aplicação da lei, mas tem um âmago humanitário rico e profundo”, disse Seth Stodder, responsável no DHS durante a Administração Obama que trabalhou nas políticas de fronteira, imigração e comércio.

Mayorkas chegou à Casa Branca do último Presidente democrata em 2009, como director dos Serviços de Cidadania e Imigração dos EUA (USCIS). Nesse papel, supervisionou a implementação do DACA, que estava pronto a funcionar 60 dias depois de ter sido anunciado. O programa protegia os imigrantes elegíveis de serem deportados e fornecia-lhes autorizações de trabalhou.

Segundo Stephen Legomsky, que era na altura conselheiro chefe da agência USCIS, Mayorkas teve de superar obstáculos legais e logísticos para cumprir o ambicioso prazo. “Estivemos emaranhados em problemas durante 60 dias e, de alguma maneira, Ali conseguiu”, diz Legomsky.

Biden comprometeu-se a impulsionar legislação que permita aos Dreamers, na sua maioria jovens adultos hispânicos nascidos no México e noutros países da América Latina, obter a cidadania. Quase metade dos potenciais beneficiários vive na Califórnia e no Texas.

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