eco.sapo.pteco.sapo.pt - 27 out. 07:07

Hoje é o último dia das OPAs à Sonae Capital e Sonae Indústria

Hoje é o último dia das OPAs à Sonae Capital e Sonae Indústria

Não tendo condições de sucesso, não há dúvidas de que as ofertas públicas de aquisição vão ser concretizadas, mas a holding Efanor poderá não conseguir os 100% do capital.

Os acionistas que queiram vender as participações na Sonae Capital ou Sonae Indústria nas ofertas públicas de aquisição (OPA) a decorrer já só têm mais um dia para o fazer. A oferta termina esta terça-feira, mas a holding da família Azevedo, a Efanor, já tem sucesso garantido. E até tem conseguido poupar com a operação, através de compras diretas na bolsa.

As duas ofertas que foram lançadas em simultâneo estão a decorrer até às 15h00 desta terça-feira, dia 27 de outubro. Os resultados são conhecidos na quarta-feira — dois dias antes da liquidação financeira na operação.

Foi a 31 de julho que a Efanor anunciou pretender, por via das ofertas “adquirir a totalidade das ações representativas do capital social” das duas empresas, de acordo com “a sua estratégia de gestão de portfólio e tem como principal objetivo concretizar uma decisão estratégica (…) de enfoque da sua área de atividade e de reforço da sua exposição a alguns dos setores de atividade que melhor conhece e em que já se encontra presente(…)”.

Já detinha 33.724.744 ações representativas de cerca de 74,2786% do capital social da Sonae Indústria, bem como 169.936.425 ações representativas de cerca de 67,975% do capital social da Sonae Capital, mas pretendia controlar o restante.

Para isso, ofereceu uma contrapartida a pagar em numerário de 70 cêntimos por cada ação da Sonae Capital, que foi revista em alta para os 77 cêntimos por ação. No PSI-20 onde negoceia, a empresa disparou até este valor. Já no caso da Sonae Indústria, o grupo oferece uma contrapartida em numerário de 1,14 euros por ação e também aqui houve uma aproximação ao preço da OPA. Os dois preços foram, como era esperado, vistos como justos pelas administrações.

Apesar do movimento natural do mercado de aproximar o preço da ação em bolsa ao da OPA — conduzido pelos investidores que procuram ainda participar do prémio oferecido –, a Efanor ainda conseguiu poupar através de compras no mercado. No total, a holding da família Azevedo investiu mais de 28 milhões de euros e poupou quase 1,07 milhões de euros face ao preço a que teria comprado na OPA.

A poupança acontece porque, na bolsa, a Efanor tem comprado ações a um preço mais baixo. O grupo adquiriu, através de cerca de 30 operações, um total de 31,6 milhões de ações da Sonae Capital, a um preço médio de 70 cêntimos. O investimento foi, assim, de 23,3 milhões de euros, o que compara com um gasto mais 24,3 milhões de euros, se tivessem sido compradas na OPA a 77 cêntimos. Só depois da revisão do preço, entre 22 e 23 de outubro, foram compradas 17 milhões de ações.

Da Sonae Indústria, a Efanor realizou mais de 40 compras no mercado, que totalizaram a aquisição de 4,2 milhões de ações, que custaram em média 1,13 euros. O custo de 4,78 milhões de euros representa uma poupança face ao preço da OPA para o mesmo número de ações de 4,8 milhões de euros.

Assim, o esforço financeiro da Efanor deverá ser mais baixo do que 87,7 milhões previstos nas duas OPA: 71,5 milhões de euros na aquisição de 37,2% do capital da Sonae Capital e outros 16,2 milhões de euros na compra das ações que não detém na Sonae Indústria. Apesar deste reforço no capital ainda há ações por comprar e a Efanor já garantiu o sucesso da operação.

Os anúncios preliminares das duas OPA indicavam que o sucesso de cada uma das ofertas estava dependente de a Efanor passar a deter mais de 90% dos direitos de voto da respetiva sociedade visada. Contudo, a holding prescindiu de tal condição, pelo que todas as ordens de venda serão satisfeitas, independentemente do número global das mesmas.

Na decisão de vender, além do prémio, há que ter em conta que a Efanor admitiu proceder à aquisição potestativa (ou seja, sem que os acionistas se possam opor) das ações por si não detidas (direta ou indiretamente), no prazo de três meses após a oferta para tirar as duas cotadas da bolsa.

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