expresso.pt - 27 set. 10:47
Este universo não é para céticos
Este universo não é para céticos
Sente que algo na sua vida não está bem? Deseja ser elucidado sobre qual é o tema? É adivinhar
Assim como a morte está para o seu contrário, estão as profundezas do oculto para a secção de Classificados da vida. A temática é vastíssima, multidimensional, envolve forças poderosas e outras em grande estado de fragilidade. Quando a coisa vai mal, o simples torna-se complicado e o complicado torna-se esotérico. Altares não faltam por aí para os assuntos da alma, assim como raros são os crentes sem culto. Há imensa sombra da Igreja Católica Apostólica Romana, não faltam sucursais religiosas para a liturgia da necessidade. Em geral, as pessoas acham estranhos os fenómenos que ocorrem nas suas vidas, achando-os normais na vida dos outros. O que corre mal, é atribuído muito justamente ao mal. Ao que corre bem não se atribui coisa alguma, porque as coisas quando estão bem parecem normais. É só quando estão mal que ficam paranormais.
Aquela velha parábola do jardim sem flores atingiu o cônjuge? Ai, ai, ai! Tropeçou na mangueira quando estava a regar o jardim e foi logo aterrar numa figueira da Índia? Há coisas que não lembram ao Diabo. Não há maneira de lhe sair uma Raspadinha? Até a insuspeita Santa Casa da Misericórdia lhe dirá que, depois das finanças pessoais, é a esperança a última a morrer. Aquele investimento infalível em criptomoeda deu para o torto? Os travões do carro falharam misteriosamente? Nos últimos tempos até parece que não há azar que não lhe aconteça? Sente que há como que uma força oculta a puxá-lo para o lado negro, que o seu quotidiano está possuído pelo guião de uma telenovela mexicana? Mau, Maria! Passou do trabalho para o teletrabalho e do teletrabalho para as catacumbas da Segurança Social? Depressão súbita? Mal-estar insistente? Parece maldição! Você não acredita em bruxas, mas parece que estas aparentemente se ocuparam do seu caso? Dá a impressão que anda para aí uma amarração no ar, já para não falar de uma pandemia. Será que consegue ter em simultâneo azar no jogo e no amor? Noites sem dormir? Partiu um espelho? Tropeçou num gato preto? Lá se foram as poupanças, os amigos, a família, a libido? Deus nos perdoe, isto já não vai lá com pais-nossos e ave-marias, pois não? Chega a haver momentos em que parece já não conseguir respirar? Pode ser da máscara, mas também pode não ser. Pode ser psicossomático, mas também pode não ser. Pode ser uma daquelas coisas que não se sabe bem o que é, mas que o é, é.
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