publico.pt - 27 set. 12:45
Suíços rejeitam restrições à imigração da União Europeia, indica projecção
Suíços rejeitam restrições à imigração da União Europeia, indica projecção
Projecção, baseada em resultados ainda parciais, mostra que a proposta de acabar com acordo de livre circulação de pessoas com a UE terá sido rejeitada por 63% dos eleitores.
A projecção da estação televisiva SRF, neste domingo, indica que os eleitores suíços terão rejeitado esmagadoramente a proposta do Partido Popular Suíço, nacionalista e anti-imigração, para acabar com o acordo de livre circulação de pessoas com a União Europeia, segundo avança a agência Reuters.
A projecção, baseada em resultados ainda parciais, mostra que a proposta terá sido rejeitada em referendo, marcado para este domingo, por 63% dos eleitores, contra os 37% que terão votado a favor.
As sondagens já apontavam para uma vitória dos que defendem a continuação do tratado – uma sondagem do instituto gfs.bern, publicada a 7 de Setembro, indicava que o “sim” poderia alcançar 35% das intenções de voto, contra 60% do “não” e 5% de indecisos.
O Partido Popular Suíço, com a maior representação parlamentar, nota a agência Reuters, tem insistido na necessidade de retomar o controlo da imigração, dando eco, à semelhança de argumentos usados a favor do “Brexit”, a receios relacionados com a possibilidade de jovens estrangeiros poderem tomar o lugar de cidadãos suíços mais velhos, de as casas ficarem mais caras, de as escolas e os transportes ficarem sobrelotados, entre outros. Já os opositores alertam, nota a mesma agência, para a possibilidade de se perderem trabalhadores qualificados e de se pôr em causa acordos que melhoram o acesso da Suíça, que não pertence à União Europeia, ao mercado único.
Cerca de 68% dos 2,1 milhões de estrangeiros a viver na Suíça em 2019 eram cidadãos da União Europeia, e também da Islândia, da Noruega e do Liechtenstein, sublinha ainda a Reuters.
Há seis o Partido Popular Suíço já tinha promovido o primeiro referendo sobre a liberdade de movimentos dos cidadãos da União Europeia no seu território, obtendo 50,33% dos votos a favor. No entanto, essa proposta era mais vaga do que a actual e o Parlamento do país (a Assembleia Federal) acabou por esvaziar o objectivo daquele partido, aprovando, em 2016, uma lei que dá prioridade à contratação de cidadãos suíços em determinadas áreas afectadas pelo desemprego, ficando, no entanto, muito aquém de decidir o fim da liberdade de circulação entre a União Europeia e a Suíça.