expresso.pt - 27 set. 09:02
João Paulo Batalha: “O PS não aprendeu nada com a Operação Marquês”
João Paulo Batalha: “O PS não aprendeu nada com a Operação Marquês”
Na última entrevista enquanto presidente da associação cívica Transparência e Integridade, João Paulo Batalha não esconde o desencanto com as instituições - Governo, Parlamento, Presidência e magistratura - e o ceticismo na capacidade de regeneração do regime. Sobre o plano contra a corrupção apresentado pelo Executivo socialista, o ativista é taxativo: “É manifestamente insuficiente porque assenta, em grande medida, em mecanismos que o próprio Governo despreza, nomeadamente a criação de códigos de conduta ética”.
É o fim de um ciclo. Depois de ter assumido a liderança da associação cívica Transparência e Integridade em 2017, João Paulo Batalha, ex-jornalista, consultor e ativista, prepara-se para passar o testemunho com a promessa de que vai continuar “empenhado nesta causa” mas longe da política partidária. “Não teria vocação para a disciplina partidária. Não seria feliz nesse papel e acho que ninguém seria feliz se tivessem a má ideia de me levar para esse papel.” Voz incómoda para o poder, não só pelo que denuncia mas pelos termos que usa, garante nunca ter sofrido pressões. “Perceberam que não estamos aqui à procura de lugares”, diverte-se. Agora, em fim de mandato, volta a não poupar ninguém: Governo, oposição, Marcelo e magistraturas. Para lá de todas as críticas, revela preocupação com o futuro do país.
“Estamos num ponto de viragem. A questão é: para que lado é que vira? As pessoas estão cada vez mais conscientes de que este sistema político não está a funcionar, está demasiado permeável à corrupção e à captura do Estado pelos grandes interesses. Resta saber se a democracia consegue reunir forças para se regenerar ou se as pessoas, por exaustão, começam a fazer um cálculo de achar que a democracia não as defende e que não a vale a pena defender. É um risco muito real que Portugal enfrenta”, diz em entrevista ao Expresso.
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