expresso.pt - 27 set. 10:44
O mundo é cada vez mais das mulheres? Nem por isso
O mundo é cada vez mais das mulheres? Nem por isso
Inclusão das mulheres: Pode um progresso tão lento ser considerado progresso?
A Organização das Nações Unidas celebrou 75 anos na segunda-feira de forma um pouco sombria. Não houve reuniões bilaterais, sorrisos amarelos entre antigos rivais ou apertos de mão de circunstância. No dia seguinte teve início a 75ª assembleia-geral da ONU, a primeira totalmente virtual.
À falta de contacto humano juntou-se a ausência de vozes femininas entre os 119 discursos agendados. Antes de Zuzana Caputova — a Presidente da Eslováquia foi a primeira mulher a discursar, uma de apenas 11 — falaram 52 homens. Entre os 193 países da ONU há apenas 21 mulheres chefes de Estado ou Governo. Com boa vontade chega-se às duas dúzias no mundo: é contar a Presidente interina de Trindade e Tobago, Christine Kangaloo; a conselheira de Estado de Myanmar, Aung San Suu Kyi, que é de facto chefe de Governo, e a Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, cujo país não é membro da ONU nem Estado soberano internacionalmente reconhecido. Há ainda as rainhas britânica (Isabel II, chefe de Estado de 16 países) e dinamarquesa (Margarida II). É manifestamente pouco.
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