www.publico.ptpublico.pt - 8 jul. 20:00

Xi quer mais cooperação com Putin para “fazer frente à hegemonia o unilateralismo”

Xi quer mais cooperação com Putin para “fazer frente à hegemonia o unilateralismo”

Presidente chinês quer reforço de laços com a Rússia em tempos de incerteza global.

O Presidente chinês, Xi Jinping, telefonou esta quarta-feira ao Presidente russo, Vladimir Putin, para lhe dizer que a China iria “intensificar a sua cooperação” com a Rússia no palco internacional, incluindo nas Nações Unidas, para defender o multilateralismo e “lutar contra a hegemonia”.

China e Rússia devem fortalecer a sua cooperação numa altura de incerteza global, disse Xi, num telefonema relatado pela televisão pública chinesa CGTN.

A conversa acontece depois de o Presidente dos EUA, Donald Trump, ter confirmado a saída do país da Organização Mundial de Saúde (OMS), que Trump diz ter sido influenciada pela China nas suas recomendações durante a pandemia da covid-19.

Acontece ainda quando a tensão cresce entre a China e a Índia, dois países com que a Rússia tem uma relação estratégica. A Índia aprovou recentemente uma compra de armas importante, e na Índia os media dizem que o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, foi o primeiro a falar com Putin ao telefone para lhe dar os parabéns por uma vitória no referendo que permitirá ao Presidente russo manter-se no cargo até 2036.

No Conselho de Segurança das Nações Unidas, a China juntou-se à Rússia no uso do seu poder de veto para impedir a aprovação de uma resolução para continuar a manter em funcionamento dois pontos de entrada de ajuda humanitária a fronteira entre a Turquia e a Síria. 

Um veto anterior russo tinha feito, em Janeiro, diminuir de quatro para dois os pontos de passagem de ajuda.
A Rússia diz que um ponto apenas é suficiente, a ONU e organizações como a Amnistia Internacional dizem que é insuficiente e a diferença entre vida e morte para milhões de sírios.

Xi e Putin têm tido uma boa relação (antes de uma visita, o Presidente chinês disse à agência Tass que o líder russo era seu “amigo do peito”), mas o jornal South China Morning Post diz que “alguns observadores notaram mudanças subtis nas relações entre a China e a Rússia nos últimos meses”.

Concretiza com um exemplo da semana passada, em que a embaixada russa na China foi criticada por diplomatas chineses por ter publicado nas redes sociais um vídeo comemorativo da fundação da cidade de Vladivostok. A cidade foi chinesa até 1860, e a passagem do território em que está à Rússia é ainda hoje visto por muitos na China como fruto de um acordo injusto e humilhante.​

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