expresso.ptexpresso.pt - 5 jul. 22:32

Marques Mendes pede auditoria à TAP. “Portugueses vão meter muito dinheiro na TAP. Têm o direito de saber o que lá se passa”

Marques Mendes pede auditoria à TAP. “Portugueses vão meter muito dinheiro na TAP. Têm o direito de saber o que lá se passa”

O comentador da SIC considera que a solução para a TAP foi a “menos má”, mas que o problema maior está ainda por chegar

A solução encontrada para a TAP é, para Marques Mendes, “a menos má”. Não se tratando de uma nacionalização de facto, o que traria “danos reputacionais, judiciais e perda de poupanças dos trabalhadores acionistas”, um acordo, ainda que “caro” para o Estado português, impede a “falência da TAP, o que seria uma calamidade para a economia e o emprego”. Mas “não é uma solução boa”, porque para o comentador não havia nenhuma.

Aos membros do Governo envolvidos na negociação, Marques Mendes direcionou elogios. Afirmando que António Costa “esteve bem”, o comentador centrou-se no ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos. “Sai bem porque conseguiu dois objetivos: queria reforçar o papel do Estado e ‘correr’ com o acionista David Neeleman”, atirou Marques Mendes, considerando que o mesmo Pedro Nuno Santos foi “injustiçado” pela apresentação das dificuldades da companhia aérea portuguesa a Bruxelas. “Ele não inventou problemas na TAP”, reforçou Marques Mendes.

Os elogios não ficaram por aqui. “Saiu-se bem o senhor Humberto Pedrosa [presidente da Barraqueiro e acionista privado da TAP], porque ganhou estatuto, respeito e credibilidade junto do Governo.” Para Marques Mendes, “a opção fácil era sair e meter uns milhões ao bolso. Ele [Rosa] fez o mais difícil: ficar. E ajudou o Estado e o Governo”. A David Neeleman, acionista que abandona agora a TAP, Marques Mendes deixa comentário oposto. “Em 2015, Neeleman pagou 5 milhões para entrar e agora recebe 55 milhões para sair”.

TAP. António Costa avisa que programa de reestruturação terá consequências no emprego da empresa Primeiro-ministro disse esta sexta-feira que para haver o financiamento de 1,2 mil milhões de euros pelo Estado à TAP terá de haver uma reestruturação da empresa o que implicará "seguramente uma diminuição do número de rotas da TAP, uma diminuição do número de aviões da TAP, o que necessariamente terá consequências sobre o emprego da TAP"

O comentador da SIC acredita, porém, que o pior na resolução da situação da companhia está por vir. Pergunta se “vai haver coragem” para uma “reestruturação como deve ser”, que inclui “cortar rotas, despedir pessoas e reduzir aviões”, se a TAP passará a ser “rentável”, agora que tem ainda piores condições do que tinha durante o boom turístico dos últimos anos e, finalmente, se voltará a ser privatizada no futuro. “Precisamos de ter um parceiro privado na TAP que perceba da aviação. É isto que vai ser feito? Não sei. Estou bastante preocupado com o futuro.” Em qualquer caso, Marques Mendes espera uma auditoria financeira à principal empresa de aviação nacional. “Os portugueses vão meter muito dinheiro na TAP. Têm ao menos o direito de saber tudo o que lá se passa” e passou desde o processo de privatização de 2015, a reversão do ano seguinte e nos anos que se seguiram.

Em matéria de nacionalizações, a semana não se ficou pela TAP. Marques Mendes deixou novos elogios ao Governo pela forma como foi conduzida a nacionalização da Efacec, confessando uma “relação afetiva” com uma empresa na qual trabalhou há mais de uma década. O comentador crê que “a decisão faz todo o sentido”, foi “tomada no momento certo” e “com uma discrição notável”. Deixou, ainda assim, um reparo aos “bancos que financiaram Isabel dos Santos para comprar a Efacec e agora recusaram-se a financiar a empresa enquanto a sua acionista maioritária lá estivesse”.

“Se houvesse um Óscar para o Maior Cinismo e Hipocrisia, ele iria para todos estes bancos.”

Governo nacionaliza posição de Isabel dos Santos na Efacec Ministro Pedro Siza Vieira anunciou a nacionalização da empresa industrial que tinha Isabel dos Santos como maior acionista. Estado fica temporariamente com 71,5%. Vai ser aberto de imediato um processo de reprivatização

No espaço de comentário de domingo à noite na SIC, Marques Mendes teve ainda tempo para falar sobre a aprovação do orçamento suplementar, que “não tem novidade”. Elogiando Duarte Cordeiro, secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares pelo “pragmatismo e talento negocial”, o comentador leu assim as palavras de António Costa este sábado sobre o PS não abrir “uma crise política mesmo com bons resultados nas sondagens. “Descodificando, o primeiro-ministro quis dizer [os partidos]: ‘atenção que se chumbarem o orçamento e houver uma crise política, a culpa é vossa. Segundo, ‘nós [PS] não nos importamos, porque temos sondagens altas’. António Costa não dá ponto sem nó.”

Para o ex-líder do PSD, a governação do atual executivo é por estes dias “um passeio”, sem verdadeira oposição do partido liderado por Rui Rio. “Uns dizem que é Rio a querer consolidar para o futuro uma imagem de responsabilidade; outros dizem que o PSD continua sem fazer oposição.” Ainda que não acredite num futuro bloco central, o comentador da SIC diz que é preciso esperar para perceber qual das teses está certa.

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