www.computerworld.com.ptComputerworld - 5 jun. 14:13

IA potencia a quarta revolução industrial

IA potencia a quarta revolução industrial

As tecnologias emergentes estão a promover uma nova revolução industrial em todo o planeta e a inteligência artificial (IA) tornou-se, indubitavelmente, a força principal que irá libertar todo o seu potencial.
Mike Bai, President of Strategy Marketing, Western Europe, Huawei Technologies

O foco da IA está, agora, a mudar de aplicações destinadas aos consumidores para aplicações industriais. A IA industrial será a base da transformação digital e da inovação no mundo dos negócios, conduzindo a uma nova fase de crescimento e avançando teórica e tecnologicamente.

A inteligência artificial tem atraído ampla atenção desde 2006 e, agora, desempenha um papel preponderante na vida diária. A aprendizagem a um nível profundo fomentou um enorme progresso em tecnologia, como é o caso do reconhecimento de voz ou de imagem e processamento de línguas naturais. Hoje, vários setores industriais estão a interessar-se pela IA para acelerar a nova revolução industrial.

A inteligência artificial industrial constituirá a base de uma transformação digital e uma inovação no mundo dos negócios sem precedência. Ao mudar a forma como o trabalho é concretizado, a IA ajuda as empresas a tirar o melhor partido da experiência prática, substituindo o trabalho tradicional para se tornar, ela própria, o fator produtivo. Esta transformação desencadeará uma produtividade tecnológica em massa e o crescimento económico. Oferecerá caminhos inteiramente novos direcionados para o crescimento a nível da produção, dos serviços e de outras indústrias, reformulará a economia mundial e abrirá novas oportunidades ao nosso desenvolvimento social.

Recentemente, a IA tornou-se parte legítima da estratégia de automação de qualquer organização e um fator essencial para a próxima revolução industrial. No entanto, o desenvolvimento da inteligência artificial está ameaçado pelo “nacionalismo tecnológico” e pela “desglobalização”, porque a maioria das empresas não conseguirá atingir os seus objetivos de IA se as empresas trabalharem sozinhas. As estratégias políticas de posição defensiva não apenas prejudicarão a expansão da IA, como também terão outros impactos negativos numa série de economias em todo o mundo e no progresso de muitas indústrias. Atualmente, a União Europeia está a dar o melhor exemplo do grau de vulnerabilidade em que a cooperação internacional se encontra nos dias de hoje: durante décadas, os membros da UE formaram um mercado interno sem igual, lucrando com parcerias transfronteiriças e inovações partilhadas. Se as tendências dos esforços nacionais permanecerem individuais, isso significará apenas um passo atrás para todos.

Track AI – Um esforço internacional extraordinário

Nós já nos encontramos a trabalhar orientados para a partilha de conhecimentos transfronteiriços, promovendo projetos baseados em IA que ajudarão a enfrentar inúmeros desafios confrontados, atualmente, pelo mundo, por exemplo, no setor da saúde.

O projeto Track AI constitui um esforço internacional que tenta fazer a verdadeira diferença: existem cerca de 19 milhões de crianças com deficiência visual no mundo. 70% destas crianças poderiam ter uma visão normal se o problema tivesse sido detetado suficientemente cedo. Os programas de rastreio visual são a melhor ferramenta para diminuir a taxa de problemas visuais não diagnosticados. As pessoas da comunidade, que não possuem a respetiva formação, têm de ser capacitadas a identificar as crianças que podem estar em risco de desenvolver problemas visuais e encaminhá-las para um especialista que possa diagnosticá-las e tratá-las.

É urgente instalar um dispositivo fácil de usar, portátil e economicamente acessível que possa identificar estas crianças com problemas visuais. Este é o principal objetivo do projeto Track AI.

O desenvolvimento de um sistema baseado em IA requer a recolha de dados de milhares de crianças. Durante esta colaboração ímpar entre a Huawei e a start-up DIVE, sedeada em Espanha, 18 oftalmologistas de 5 países diferentes de 3 continentes farão a recolha de dados de crianças com desenvolvimento normal da visão e de crianças com uma vasta série de problemas visuais. A Huawei está a agir em parceria com centros de investigação a nível global, em Espanha, no México, na Rússia, no Vietname e na China, para provar mais uma vez que a partilha de conhecimentos transfronteiriços no âmbito da tecnologia de IA pode ter o maior impacto.

Quebrar barreiras

Os desafios a que a IA ainda tem de fazer face apresentam múltiplas camadas: para um estabelecimento integral no setor e para maximizar o seu desempenho, a IA terá de combinar conhecimentos e práticas industriais, ajudando a dar resposta aos desafios acarretados pela recolha de dados, modelo de formação e modelo de gestão. Os maiores desafios ao implementar a IA industrial incluem a insuficiente perceção dos indicadores da indústria e a insuficiente experiência em engenharia de recursos para se poder criar uma orientação para a otimização do modelo.

Ao mesmo tempo, estas indústrias também fazem face a riscos políticos, tais como o “nacionalismo tecnológico”. Este termo descreve políticas ou ações governamentais que favorecem direta ou indiretamente os produtos e os serviços de tecnologias da informação e da comunicação comercializados por empresas com sede no respetivo país. Configurado por tendências nacionalistas e isolacionistas que minam a confiança no sistema multilateral, o “nacionalismo tecnológico” pode não apenas ameaçar a continuidade do desenvolvimento da inteligência artificial como também causar efeitos em série na cadeia de fornecimento e nas indústrias adjacentes, com implicações negativas para a segurança nacional, cibersegurança, comércio e competitividade industrial, enfraquecendo os processos em geral, como, por exemplo, a definição das normas internacionais.

Estar ligado para total exploração do potencial O “nacionalismo tecnológico” impõe que as empresas trabalhem sozinhas, mas o progresso só pode ser alcançado através da cooperação num mundo que esteja completamente ligado. Para permitir sinergias facilitadoras da inovação a nível de valor, as empresas têm de poder estabelecer ligações com parceiros e clientes de várias indústrias em todo o mundo. Uma rede mundial de parceiros oferece oportunidades promissoras de colaboração e interação adicionalmente à inovação a nível de valor em diferentes indústrias. Para implementar todo o potencial da transformação digital em todo o mundo, permitindo, assim, impulsionar o crescimento económico e a prosperidade, é necessário que o ecossistema digital seja totalmente funcional. Isso não será possível se nos mantivermos desligados e nos fecharmos, tornando esse estado de coisas no novo estado normal. Somente um mundo totalmente ligado pode orquestrar uma quarta revolução industrial.

Por Mike Bai, President of Strategy Marketing, Western Europe, Huawei Technologies

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