www.dinheirovivo.ptdinheirovivo.pt - 5 jun. 13:40

ISEG aponta para uma quebra do PIB entre 15% e 20% no segundo trimestre

ISEG aponta para uma quebra do PIB entre 15% e 20% no segundo trimestre

Escola de economia e gestão fala de valor "insólito" explicável pelo choque externo que interrompeu toda a atividade económica.

É uma quebra nunca antes vista para a economia portuguesa. No segundo trimestre deste ano, o produto interno bruto terá contraído entre 15% a 20% face ao mesmo período do ano passado, segundo a previsão do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG).

“O 2º trimestre deverá registar uma queda homóloga histórica que admitimos poder vir a situar-se entre -15% e -20%”, apontam os economistas do ISEG na Síntese de Conjuntura de maio.

“Trata-se de um valor economicamente insólito só explicável pelo choque externo cataclísmico que interrompeu a atividade económica corrente, e cuja dimensão vai para além do expectável nas suas crises correntes”, explica o Grupo de Análise Económica da escola de economia e gestão.

“Mas, em princípio, a partir desta base substancialmente mais baixa, a economia e a atividade económica irão progressivamente regressando nos próximos meses”, apontam numa nota mais otimista.

O indicador de tendência da atividade global (IZ) calculado pelo ISEG “evidencia a queda abrupta da atividade em abril”, mas tudo aponta para uma revisão “em baixa com a incorporação da informação em falta e com a chegada da informação futura”, antecipam.

Com o fim do confinamento obrigatório e o levantamento progressivo de restrições de atividade, este indicador deve começar a subir em maio, mas “o ritmo de recuperação da atividade global permanece incerto e dependente de uma procura entretanto deprimida ou mesmo desaparecida”.

Fonte: ISEG

Fonte: ISEG

As explicações
De acordo com a nota divulgada esta sexta-feira, todas as componentes do produto estão em queda, exceto o consumo público.

“Analisando por grandes agregados da procura, as expectativas para o 2º trimestre sugerem uma queda profunda da procura interna, tanto do consumo privado quanto da formação bruta de capital fixo (cujo decréscimo no 1º trimestre foi reduzido). Em termos de consumo público será de esperar alguma aceleração, mas limitada relativamente à dimensão das quedas esperadas nas outras componentes da procura interna”, indicam os economistas do ISEG.

Também a procura externa dirigida à economia portuguesa deve sofrer quedas ainda mais acentuadas entre abril e junho. “Relativamente à procura externa líquida (PEL), esta também deverá aprofundar o seu contributo negativo para a variação do PIB durante o 2º trimestre”, com o défice externo a manter-se, mas a encolher devido à “queda pronunciada de algumas importações específicas (automóveis, combustíveis) e com a redução geral das trocas externas”, acrescenta.

“No comércio de serviços, o forte saldo positivo dos últimos anos, suportado principalmente pelo turismo e que tem permitido cobrir o saldo negativo dos bens, deverá reduzir-se para valores muito baixos no 2º trimestre, insuficientes para compensar muito do saldo negativo dos bens”, aponta o ISEG.

Notícia atualizada às 12h55 com mais informação

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