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Alto e pára a substitução!

Alto e pára a substitução!

Além das bancadas vazias e dos testes sistemáticos à covid-19, a principal alteração no regresso do futebol está relacionada com uma das regras do jogo, referente às substituições – medida que já fez correr muita tinta...

A Liga portuguesa regressa esta quarta-feira para conclusão das 10 jornadas que restam. Mas volta como sempre envolta em discórdia e controvérsia, desta feita por causa de uma alteração regulamentar que os clubes pareciam ter acordado mas que, à última hora, não passou das intenções: a sugestão proposta pelo Internacional Board (IFAB) no que respeita ao número de substituições e ao limite de jogadores a inscrever na ficha de jogo.

O processo, bem como a respetiva polémica, explica-se de forma muito simples. A diretiva do IFAB aprovou a introdução de cinco substituições e nove suplentes por jogo na retoma das competições, após a paragem forçada pela pandemia de covid-19, e a Direcção da Liga entendeu por bem aplicar a norma já a partir da jornada 25, ainda que sem aprovação em Assembleia Geral, ou seja, apenas com o consentimento de todos os clubes intervenientes na primeira Liga. O que parecia ser, à partida, uma situação pacífica e até benéfica, acabou por ser motivo de discórdia, inviabilizando que tal aconteça no imediato.

A razão deste recuo é muito simples: o Regulamento de Competições determina que todas as mudanças têm de ser aprovadas em Assembleia Geral da Liga e a próxima reunião magna está marcada, apenas, para 8 de junho, isto é, já depois de cumprida a 25.ª jornada. O Marítimo - embora outros emblemas, nomeadamente o Benfica, também fossem da mesma opinião - entendeu que, mesmo com o consentimento de todos os clubes, a alteração poderia vir a dar origem a que algum clube protestasse um jogo em que o resultado não lhe fosse favorável, o que legalmente seria motivo para lhe ser dada razão. Ou seja, a palavra dos presidentes dos clubes numa situação de clara exceção de pouco valeria à luz da lei.

Queixa-se, ainda, o presidente do clube madeirense de a Direção da Liga não ter atendido a uma sugestão que anteciparia para esta terça-feira (dia 2 de Junho) a referida Assembleia Geral, o que, a acontecer, permitiria desde já a aplicação da norma aprovada pelo International Board. Em conclusão: não está em causa a entrada em vigor da referida proposta, ao que sabemos com a unanimidade de todos os clubes, mas tal só acontecerá depois de cumprida a primeira jornada após a retoma da competição.

Refira-se, igualmente, que apesar de passarem a ser permitidas cinco substituições (aumentando para nove o número de suplentes por equipa), as mesmas têm de ocorrer em apenas três momentos do jogo e, caso ambas as equipas decidiam fazer alterações em simultâneo, será contabilizado um momento de substituição a cada uma delas.

Sem querermos ser especulativos, a todo este clima de dúvidas e de uma certa insegurança dos clubes não é alheio o momento pelo qual passa a Liga de Clubes, nomeadamente o presidente Pedro Proença, muito contestado e já publicamente disponível para deixar o cargo, assim seja essa a vontade dos clubes. O Benfica, entretanto, anunciou a intenção de deixar a Direção do organismo e ainda há poucos dias um grupo de ex-presidentes e dirigentes afetos a diversos clubes emitiu um comunicado a pedir a demissão de Proença, acusando-o de estar “a degradar a imagem da Liga Portugal”. O Verão promete ser quente.

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