www.publico.ptpublico.pt - 29 mai. 23:00

Câmara da Trofa afirma que “é contra” aterro em Covelas

Câmara da Trofa afirma que “é contra” aterro em Covelas

Na véspera de uma manifestação, presidente da Câmara toma uma posição, seguindo os partidos que o suportam, a oposição, a junta e a população de Covelas.

A Câmara da Trofa garante que vai emitir parecer contra o aterro que a Resinorte está a tentar licenciar em Covelas, embora admita, no mesmo comunicado em que assume esta posição, que tem estado a negociar contrapartidas com esta empresa que gere os resíduos urbanos de 35 municípios da região. O autarca Sérgio Humberto, eleito por uma coligação PSD-CDS, clarificou a sua posição na véspera de uma manifestação contra este equipamento sanitário, convocada para o centro da cidade.

Num comunicado em que denuncia que “devido a acções partidárias criadas artificialmente, com o único propósito de atacar e descredibilizar a Junta de Freguesia de Covelas e o seu Executivo”, a “população está a ser enganada e manipulada para criar instabilidade e preocupação”, o autarca assume que o executivo do município sabia, desde 2017, da intenção da Resinorte, mas assegura que evitou tomar posição pública sobre ela enquanto a empresa não concretizasse a intenção de investimento. 

Nas declarações que fez, nas últimas semanas, Sérgio Humberto chegou a dizer, à Lusa, a 19 de Maio, que a Câmara iria receber dois milhões de euros de indemnização. Agora, na véspera da manifestação convocada por um grupo de covelenses, e depois de auscultar os partidos que suportam a coligação, e que são também contra esta obra, os vereadores da maioria que lidera o município assumem que, perante aquela que é também a posição da população e dos órgãos da freguesia, a Câmara da Trofa “tudo fará para que este aterro não seja uma realidade”. 

“Queremos clarificar que não estamos contra a Resinorte, entidade que nos merece toda a consideração e com quem queremos continuar a trabalhar, mas nunca poderemos fazê-lo abdicando da nossa paz social e da nossa coesão”, dizem ainda os membros da coligação PSD-CDS. Que deixam cair, neste comunicado, que o parecer que o município vai apresentar “não é vinculativo”, e que será o ministério do Ambiente, através da CCDRN, a aprovar ou chumbar o pedido de licenciamento já apresentado por aquela empresa. 

“Por isso, por acreditarmos e defendermos que os Covelenses merecem respeito e merecem ser recompensados, tínhamos exigido contrapartidas que seriam canalizadas para benefício directo de todos os habitantes de Covelas, como por exemplo, a construção da infraestrutura de rede de abastecimento de água, a requalificação de vias, a implementação de ilhas ecológicas/estruturas enterradas, a limpeza de montureiras, a colocação de equipamentos de recolha selectiva de resíduos e ainda o desenvolvimento de acções de sensibilização ambiental, entre outras” medidas, explicam.

Mas, em Covelas, dezenas de anos de problemas ambientais com a fábrica da Savinor e a proximidade do aterro entretanto selado em Santo Tirso (e junto ao qual a Resinorte pretende instalar o novo equipamento), levam a que muitos não queiram sequer ouvir falar em contrapartidas. Expressões como “merecemos descanso” e “já demos o nosso contributo ambiental”, escutadas pelo PÚBLICO entre opositores ao projecto, mostram que este dificilmente será aceite, mesmo que a Resinorte se comprometa a desenvolver um aterro sanitário com a melhor tecnologia do mercado. E, ao lado, a Câmara de Santo Tirso já assumiu, também, que vai tentar impedir que a obra avance.

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