expresso.ptexpresso.pt - 28 mai. 11:13

Juros da dívida descem para níveis anteriores à pandemia

Juros da dívida descem para níveis anteriores à pandemia

As taxas das obrigações do Tesouro a 10 anos caíram esta quinta-feira para 0,6% no mercado secundário, o nível mais baixo desde a declaração da pandemia a 11 de março. Intervenção do BCE e Fundo de Recuperação de Bruxelas agradam aos mercados

Os juros da dívida portuguesa a 10 anos desceram na sessão da manhã desta quinta-feira para 0,6%, um mínimo desde o dia seguinte à declaração da pandemia da covid-19 pela Organização Mundial de Saúde a 11 de março.

A tendência de queda é comum aos periféricos da zona euro, mas a taxa das obrigações espanholas naquele prazo está ligeiramente acima da portuguesa.

São boas notícias para o plano de financiamento que terão ainda de executar este ano Mário Centeno, enquanto for ministro das Finanças, e Cristina Casalinho, que dirige a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP).

Recorde-se que a 12 de março, as taxas das obrigações do Tesouro português no prazo de referência iniciaram no mercado secundário da dívida uma trajetória ascendente que levou a dois picos, a 18 de março, depois da gafe de Christine Lagarde na conferência de imprensa do Banco Central Europeu (BCE) com a taxa a chegar a 1,6%, e a 22 de abril, antes da aprovação pelo Conselho Europeu do pacote de emergência de €540 mil milhões, com o juro em 1,3%.

Fruto desta volatilidade, o Tesouro português financiou-se a 10 anos com taxas muito diferentes desde o início do ano: pagou 0,499% na operação sindicada em que lançou a nova linha a 10 anos (com maturidade em outubro de 2030), 0,426% no primeiro leilão dessa nova linha a 11 de março e 0,852% no segundo leilão a 13 de maio. Em virtude destas flutuações, o custo de emissão da nova dívida (em todos os prazos) durante 2020 subiu de 0,4% em março para 0,5% em maio, segundo dados do IGCP.

A tendência no mercado secundário da dívida entrou em linha descendente depois da decisão do Conselho Europeu a 23 de abril e registaram 10 sessões consecutivas de queda desde 18 de maio.

O mercado da dívida pública está a ser positivamente marcado pela expetativa de um reforço na reunião do BCE a 4 de junho (na próxima semana) do programa especial de compra de dívida conhecido pela sigla PEPP (iniciado a 26 de março para responder à pandemia e que tem um teto de €750 mil milhões até final do ano) e a apresentação pela Comissão Europeia na quarta-feira do Fundo de Recuperação de €750 mil milhões.

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