ionline.sapo.ptionline.sapo.pt - 28 mai. 09:43

PSP. Agente detido “no local de trabalho” e outro constituído arguido

PSP. Agente detido “no local de trabalho” e outro constituído arguido

Dois agentes do Comando Metropolitano de Lisboa alegadamente envolvidos em atividades violentas e criminosas.

Um agente da PSP foi detido ontem no local de trabalho e outro constituído arguido por suspeitas de integrarem um grupo criminoso de cariz violento, através do qual obtinham lucro financeiro. No total, foram detidas quatro pessoas na megaoperação da Polícia de Segurança Pública (PSP), denominada Dupla Face, que teve início há cerca de um ano, tendo sido efetuadas 22 buscas domiciliárias e 28 não domiciliárias. Foram cumpridos também dois mandatos de detenção. Dos quatro detidos, um deles pertence ao Comando Metropolitano de Lisboa, assim como o agente que foi constituído arguido, segundo avançou o comissário Bruno Pereira em conferência de imprensa em Moscavide, concelho de Loures.

“Foi o culminar de uma investigação que já durava há cerca de um ano e esteve sob a tutela do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP). Estava relacionada com a atividade criminosa de um grupo organizado de suspeitos que se dedicavam a atividades criminosas. Em causa estão crimes de favorecimento pessoal, corrupção, associação criminosa, detenção de armas proibidas e também tráfico de estupefacientes. Foram desencadeados vários atos processuais”, relatou o comissário, que explicou ainda que, além do agente da PSP, outras dez pessoas foram constituídas arguidas.

“Amanhã [hoje], o agente da PSP detido será presente a primeiro interrogatório judicial no Tribunal Central de Instrução Criminal. Todos os outros não serão. E haverá a continuidade da investigação. Relativamente ao outro agente da PSP, serão desencadeados todos os mecanismos internos relativamente à sua possível responsabilidade disciplinar que segue em paralelo e de forma autónoma com a responsabilidade penal”, comentou Bruno Pereira.

Além das detenções, foram ainda apreendidos “uma caçadeira de canos longos e também uma pistola de calibre 6.35 mm”, bem como documentação relacionada com a atividade.

“A investigação está sob segredo de justiça e ainda não está concluída, pelo que não poderei detalhar aquilo que era a atividade em si mesmo. Envolvia uma série de crimes, como já referi. Mas a atividade era desenvolvida essencialmente na Área Metropolitana de Lisboa”, adiantou o comissário, que avançou ainda as idades dos detidos. “Todos tinham o seu papel definido na atividade. Tinham idades compreendidas entre os 31 e os 48 anos. O outro elemento policial que foi constituído arguido terá cerca de 47 ou 48 anos”, adiantou. A megaoperação policial decorreu “sem incidentes a relatar” e teve lugar nos distritos de Lisboa, Setúbal e Beja. No total, estiveram envolvidos na operação da PSP cerca de 150 polícias.

Os dois agentes da PSP alegadamente envolvidos na atividade poderão vir a ser suspensos, mas essa decisão ainda não é conhecida. “A suspensão dos dois agentes da PSP poderá ser uma consequência possível ao abrigo daquilo que é o regulamento disciplinar em vigor na PSP, mas é um mecanismo que será desencadeado e é uma medida que será conhecida a curto prazo, não agora”, rematou Bruno Pereira.

O comissário avançou ainda que os detidos traficavam “sobretudo haxixe”. “Do ponto de vista genérico, o grupo de que falamos está indiciado em todo esse acervo de crimes”, garantiu. É certo que poderão existir diferenças no que respeita à participação de cada um, mas “todos eles estão ligados a todos os crimes”, assegurou.

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