www.publico.ptpublico.pt - 30 mar. 16:16

Bancos disponibilizam moratória nos créditos pessoais, mas prestação sobe logo a seguir

Bancos disponibilizam moratória nos créditos pessoais, mas prestação sobe logo a seguir

Solução dos bancos envolve apenas a suspensão de pagamento da componente de capital. No fim dos seis meses, as prestações dos empréstimos sobem.

Pelo menos três bancos, a Caixa Geral de Depósitos, o BPI, e o Santander, mantêm a sua oferta comercial de suspender o pagamento de capital nos empréstimos pessoais, quando os clientes o solicitarem. Mas estas ofertas têm características muito diferentes da moratória do Governo para os créditos à habitação, que é importante os clientes terem em conta, nomeadamente o aumento das prestações no final dos seis meses.

A moratória do Governo limita-se, no caso das famílias, apenas ao crédito à habitação própria permanente, e consiste numa suspensão total das prestações durante seis meses. Esta proposta governamental exclui, portanto, o crédito pessoal e ao consumo, distinção nem sempre fácil de fazer.

Os bancos que pretendem apoiar os clientes afectados pela crise económica e financeira gerada pela covid-19, estão a disponibilizar a suspensão temporária de apenas uma das componentes das prestações dos empréstimos pessoais. Na prática, os clientes podem deixar de pagar a fatia correspondente à amortização de capital, habitualmente a parte mais significativa, continuando a pagar a fatia dos juros.

Mas como não há, nesta proposta dos bancos, ou na do Governo para os empréstimos da casa, qualquer perdão de juros ou de capital, o que acontece é que a parte que não é paga agora terá de o ser no futuro.

Assim, no caso da moratória para o crédito pessoal, que no caso do BPI inclui expressamente o crédito automóvel, o capital que não é pago durante seis meses será diluído no montante em dívida. Por essa razão, findo o prazo da moratória, os clientes vão passar a pagar uma prestação ligeiramente mais alta.

Na prática, os pedidos de suspensão de capital propostos pelos bancos deverão ser bem avaliados pelas famílias, tendo em conta o aumento das prestações no futuro, podendo, no entanto, ser uma boa solução para os clientes que sofrem ou vão sofrer uma diminuição de rendimentos no âmbito da pandemia criada pela covid-19.

No caso dos três bancos, a moratória será permitida aos clientes que têm empréstimos em dia, e dependerá sempre da avaliação do banco, quando na moratória do crédito à habitação definida pelo Governo a sua aplicação é obrigatória em relação aos clientes que cumpram os critérios estabelecidos.

Os principais bancos têm vindo a anunciar um conjunto de medidas, que vão desde as moratórias, à renovação das linhas de crédito ou à suspensão de algumas comissões, que devem ser consultadas no site de cada instituição.

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