www.publico.ptpublico.pt - 30 mar. 09:03

Bolsas arrancam negativas com petróleo em mínimo de 17 anos

Bolsas arrancam negativas com petróleo em mínimo de 17 anos

Sinais de divisão na União Europeia sobre as soluções para lidar com a recessão económica dão pouca confiança aos investidores no arranque de mais uma semana nos mercados.

As bolsas europeias arrancaram a perder valor nesta segunda-feira, prolongando a queda de sexta-feira e espelhando o pessimismo dos investidores numa Europa dividida sobre a forma como lidar com uma crise de saúde pública que já custou milhões de empregos e cujo impacto ainda é difícil de avaliar.

Em Lisboa, o índice de referência PSI 20 abriu a cair 0,64%, para 3.917,47 pontos.

Em destaque estava o BCP, que recuava 1,71% para 0,10 euros (depois da desvalorização de 4% na sexta-feira, ao ter anunciado o cancelamento do dividendo referente a 2019).

A Galp estava a perder 2,24% para 9,5 euros, num momento que o petróleo afunda para mínimos de 17 anos, abaixo dos 24 dólares. A Jerónimo Martins também abriu a cair 0,59%, para 15,99 euros.

O índice pan-europeu Stoxx 600 também seguia a descer, pressionado pelas empresas do sector energético e pelo pessimismo relativamente à forma como a União Europeia está a lidar com a crise do novo coronavírus.

No fim-de-semana, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen voltou a acicatar os ânimos ao afirmar, em entrevista à agência de notícias alemã DPA, que os “coronabonds” (os títulos de dívida europeus defendidos por países como Portugal, Espanha, Itália e França) como um “mero slogan”.

Depois destas declarações, a chefe do executivo comunitário acabaria por emitir um comunicado garantindo que Bruxelas vai apresentar uma revisão da sua proposta para o próximo quadro financeiro plurianual (2021-27) para encaixar um pacote de estímulos que permitam enfrentar as consequências da crise da covid-19 e assegurou ainda que não exclui “nenhuma opção dentro dos limites dos tratados”.

Um balanço feito no domingo pela AFP dava conta de mais de 700 mil infectados pela covid-19 e 33 mil vítimas mortais da doença.

Na Ásia, os mercados fecharam em queda. O mercado japonês caiu 3,7% e o de Hong Kong recuou 1,9%. Em Pequim, a queda foi 1,4%.

Os futuros dos índices norte-americanos apontavam, no entanto, para as aberturas positivas em Wall Street do Dow Jones, S&P500 e Nasdaq, apesar de terem estado a desvalorizar cerca de 1% no domingo à noite.

Petróleo em mínimo de 17 anos

Enquanto o novo coronavírus arrasa as economias mundiais fazendo antever uma queda abrupta da procura de petróleo, a Rússia e a Arábia Saudita prosseguem um braço de ferro que parece não ter fim.

Em Londres, o barril de brent estava a tocar mínimos de 17 anos, com uma queda de 6,2%, para 23,38 dólares, com a perspectiva de o mercado ser inundado em breve por mais produção saudita.

Nos Estados Unidos, os futuros do WTI chegaram a negociar abaixo dos 20 dólares por barril, nos 19,90 dólares.

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