www.publico.ptpublico.pt - 28 jan. 09:05

Conceição tem uma volta para calar revolta das finais perdidas

Conceição tem uma volta para calar revolta das finais perdidas

“Dragões” regressam à Liga para evitar que o fosso para a liderança aumente, tentando superar fatalismo dos troféus falhados.

O FC Porto inicia esta noite (20h15) — ainda em plena ressaca da derrota na final da Taça da Liga — a segunda volta de um campeonato cada vez mais tenso, já a dez pontos do líder Benfica, o que obriga os “dragões” a vingarem a todo o custo, frente ao Gil Vicente, a entrada em falso na Liga, em Barcelos. 

Depois das acusações de desunião que o levaram o treinador a colocar o lugar à disposição, revolta minimizada por Pinto da Costa, Sérgio Conceição remeteu-se ao silêncio, focando-se na recuperação do grupo antes da recepção aos gilistas. 

Com Pepe, Nakajima e Zé Luís ainda entre o ginásio e o departamento médico, Danilo Pereira voltou a ser ausência notada na sessão de treino. As feridas abertas pelas duas derrotas com o Sp. Braga — a comprometerem a candidatura ao título e a frustrarem a conquista (pela quarta vez) da Taça da Liga, uma espécie de besta-negra dos troféus para o FC Porto — são bem visíveis, pelo que a equipa precisa de todas as ferramentas para lidar com a pressão acumulada com os dissabores em momentos cruciais. 

A cruz de Sérgio Conceição, com três finais perdidas consecutivamente (uma Taça de Portugal e uma Taça da Liga, com o Sporting, ambas nos penáltis, para além do mais recente fracasso em Braga), só encontra paralelo nos três desaires de Jesualdo Ferreira frente ao Sporting de Paulo Bento, em 2007 e 2008, com derrotas no Jamor e em duas Supertaças... embora com a atenuante de terem coincidido com um período de hegemonia portista, com a conquista do “tetra” no campeonato entre as épocas 2005-06 e 2008-09.

Agora, com o garrote financeiro imposto pelo fair-play da UEFA a fazer-se notar, agravado pelo domínio patente na retoma do rival da Luz, Sérgio Conceição vive uma conjuntura completamente distinta. O balão de oxigénio garantido pelo título de campeão logo no ano de estreia, a conseguir o que Paulo Fonseca, Julen Lopetegui, José Peseiro e Nuno Espírito Santo falharam, está a esvaziar-se rapidamente. E nem a última Supertaça ganha ao Desp. Aves, em 2018, serve de consolo para uma equipa que durante as últimas décadas se habituou a vencer nos momentos decisivos.

Em matéria de finais há um contraste grosseiro entre as sete finais da Taça de Portugal e as sete Supertaças conquistadas entre 2000 e 2011 (data da última vitória no Jamor, num contundente 6-2 frente ao V. Guimarães) e o cenário desolador da última década, com apenas três Supertaças em oito anos. Um historial que começa a pesar no subconsciente dos portistas, especialmente depois do ciclo de finais perdidas iniciado por José Peseiro em 2015-16, quando deixou escapar (nos penáltis) a prova-rainha para o museu do Sp. Braga. Isto depois de, três anos antes, ao serviço dos minhotos, ter impedido o FC Porto de acabar com a maldição na Taça da Liga. 

Resta saber até que ponto as marcas das últimas finais poderão afectar nomes como Danilo, Marega, Alex Telles e Corona, que surgem entre os que contam mais finais perdidas de “dragão” ao peito, quando no horizonte ainda outra final no Jamor.

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