rr.sapo.ptrr.sapo.pt - 27 jan. 18:02

"A nossa prioridade é a Madeira". Deputados do PSD desvalorizam processo disciplinar

"A nossa prioridade é a Madeira". Deputados do PSD desvalorizam processo disciplinar

Deputados do PSD Madeira​ resolveram abster-se na votação da proposta de Orçamento do Estado para 2020​ e Rio denunciou-os ao conselho de jurisdição social-democrata​, que agora instaura um processo discipliar aos três. Se esta é uma forma de pressão? "Nós mantemos sempre a nossa prioridade. ​E a prioridade é a defesa dos interesses da Madeira e do Porto Santo​", garante Paulo Neves​ à Renascença.

Logo após a votação da proposta de Orçamento do Estado para 2020, Rui Rio anunciava que reportaria ao conselho de jurisdição do partido o caso dos três deputados do PSD Madeira (Sara Madruga da Costa, Sérgio Marques e Paulo Neves) que se abstiveram, contrariando a disciplina de voto da bancada social-democrata no Parlamento – que votou contra a proposta orçamental socialista.

Esta segunda-feira ficou a saber-se que o conselho de jurisdição irá mesmo instaurar um processo disciplinar aos deputados. À Renascença, o deputado Paulo Neves garante que a notificação formal não chegou ainda, mas que os deputados madeirenses já foram “informados do que vai acontecer”.

A reação dos mesmos é, contudo, de serenidade. “Quando nós somos eleitos deputados, pelo PSD-Madeira, à Assembleia da República, nós temos imediatamente identificada a grande prioridade do nosso trabalho. E a prioridade é a defesa dos interesses da Madeira e do Porto Santo. Isso é sempre aquilo que está em primeiro lugar. A partir daí, assumimos essa responsabilidade, as nossas tendências de voto, tanto a nível da Madeira como a nível do grupo parlamentar”, garante Paulo Neves.

Sobre as sanções a vir a ser aplicadas aos deputados, Paulo Neves mostra-se igualmente tranquilo. “A pior sanção que nós podíamos ter era o descontentamento do nosso eleitorado. Essa é que era uma sanção terrível. Na Madeira, o PSD ganha eleições há mais de 44 anos. O segredo é que nós defendemos sempre, e em primeiro lugar, os interesses da Madeira e do Porto Santo. E assumimos a nossa responsabilidade dentro de um grupo parlamentar quando temos uma orientação de voto diferente”, explica.

Questionado sobre algum tipo de “pressão” que o processo disciplinar – que só terá uma decisão quanto às sanções já após a votação na especialidade do Orçamento do Estado – fará nos deputados madeirenses, Paulo Neves não é concludente quanto à mudança, ou não, da sua orientação de voto.

“Há três hipóteses de votação: a favor, abstenção ou contra. Se somos pressionados a mudar as nossas posições por causa do processo? Nós mantemos sempre a nossa prioridade. A nossa dinâmica nos próximos dias vai ser entregar propostas de alteração ao Orçamento e ver se vão ter recetividade ou não. E depois fazemos uma nova avaliação quanto ao sentido de voto”, explica.

Uma coisa é certa para o deputado do PSD-Madeira: a bancada parlamentar social-democrata, aconteça o que acontecer na votação na especialidade do Orçamento do Estado, não se vai dividir. “Não, não vai ser dividida. Isto não foi a primeira, nem a segunda, nem a terceira vez na história que aconteceu. Isto já aconteceu várias vezes e nunca estivemos postos de parte no grupo parlamentar. Agora, faça-se aquilo que tem que ser feito e nos assumimos”, lembra.

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