www.publico.ptpublico@publico.pt - 26 jan. 07:00

“Sem qualquer admissão de culpa”

“Sem qualquer admissão de culpa”

Uma das revelações mais inesperadas (ou talvez não) dos “Luanda Leaks” é a extensão inusitada em Portugal do fenómeno de cobardia e hipocrisia moral suscitadas pelo dinheiro.

Um dos advogados portugueses de Isabel dos Santos, em carta divulgada há dias a propósito da renúncia à representação da sua cliente, da saída da sociedade de advogados a que pertencia e até da suspensão temporária do seu exercício da profissão, explica que o fez para não prejudicar terceiros, embora “sem qualquer admissão de culpa”. Ora, pelo que temos visto, esta última expressão poderia ser comum a muitos dos que em Portugal – advogados, empresários, banqueiros e outros –, depois da aparatosa divulgação internacional dos “Luanda Leaks”, decidiram cortar os vínculos que os ligavam à “mulher mais rica de África”. Como se, no fundo, nunca tivessem nada a ver com ela e tivessem sido apanhados de surpresa por um escândalo a que seriam estranhos.

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