sol.sapo.ptHugo Ribeiro - 11 dez. 18:52

Entre Nadal e Djokovic venha o diabo e escolha

Entre Nadal e Djokovic venha o diabo e escolha

Os números provam que, embora Djokovic tenha sido o nº 1 mundial de 2018, e Nadal o nº 1 de 2019, este foi indiscutivelmente o melhor dos dois últimos anos

Patrick Mouratoglou, o treinador de Serena Williams e Stefanos Tsitsipas, opinou que quando o ‘Big-3’ está ao seu melhor nível, Novak Djokovic é o que ganha mais vezes.

Radek Stepanek, que que chegou a integrar a equipa técnica de Djokovic, prognosticou que o sérvio irá deter o recorde de títulos do Grand Slam – uma aposta corajosa, dado ‘Nole’ contar com 16, Rafa Nadal com 19 e Roger Federer com 20.
Eu também considero que, embora ao mais alto nível, Federer tenha o estilo mais deslumbrante; apesar de Nadal, no seu topo de forma, ser a maior força mental jamais vista num court; foi em Novak Djokovic que vi o melhor ténis de sempre. O seu ‘cosmic tennis’ não é poesia como o de Federer, não é apaixonante como o de Nadal, chega a ser robótico e previsível, mas é diabolicamente eficaz.

Não prevejo quem terá mais Majors no final da carreira e acho graça que Nick Kirgyos tenha declarado que Federer será sempre o melhor jogador de todos os tempos, mesmo que um dia deixe de deter o recorde de títulos do Grand Slam.
Nunca imaginei que fossem capazes de chegar onde estão. São três monstros que pulverizam todos os recordes, que ultrapassam os seus próprios limites. Repare-se como, quase a completar 38 anos, ‘King Roger’ teve dois match-points para ser de novo o campeão de Wimbledon. Simplesmente impensável!

Dito isto, tenho sempre a sensação de que Djokovic é o mais forte na atualidade e que depende mais dele próprio.
No entanto, afastando essa subjetividade, os números provam-me que, embora o sérvio tenha sido o n.º 1 mundial de 2018 e o espanhol o n.º 1 de 2019, o melhor jogador dos dois últimos anos foi Nadal.

Poderia dizer dos três últimos anos, mas em 2017 Djokovic andou lesionado e não jogou entre julho de 2017 e janeiro de 2018.

Vamos então a esses números, com a ressalva de que Djoko jogou lesionado no inverno de 2018 e Rafa desistiu por lesão em 4 meias-finais nestes dois anos, e sempre em Majors ou Masters 1000.

Em 2018 e 2019 Rafa somou 103 encontros ganhos e perdeu apenas 11! Uma taxa de sucesso de 90,3%. Conquistou 9 títulos, dos quais 3 Majors e 5 Masters 1000, devendo ainda juntar-se uma Taça Davis. Em dois anos só perdeu antes das meias-finais em três torneios.

No mesmo período, Djoko colecionou 110 encontros ganhos e perdeu 24, uma taxa de sucesso de 82%. Arrebatou 9 títulos, dos quais 4 Majors e 4 Masters 1000. Nessas duas épocas perdeu antes das meias-finais em 14 torneios.
Há um equilíbrio extraordinário, uns poderão mais valorizar isto e outros aquilo, mas Nadal foi mais consistente.

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