expresso.pt - 9 dez. 08:45
China ordena remoção de equipamentos de computadores e software estrangeiros
China ordena remoção de equipamentos de computadores e software estrangeiros
A diretiva governamental obriga à substituição de entre 20 e 30 milhões de peças de hardware e esse trabalho começará no próximo ano. Trata-se da primeira diretiva pública conhecida de Pequim destinada a limitar o uso de tecnologia estrangeira e surge em retaliação pelas tentativas de Washington de limitar o uso de tecnologia chinesa nos EUA
A China ordenou a remoção de todos os equipamentos de computadores e software estrangeiros de edifícios governamentais e instituições públicas durante os próximos três anos, noticia esta segunda-feira o jornal “Financial Times”.
A diretiva obriga à substituição de entre 20 e 30 milhões de peças de hardware e, de acordo com o diário, esse trabalho começará no próximo ano. Segundo analistas, 30% dessas substituições terão lugar em 2020, 50% em 2021 e 20% em 2022.
A ordem terá vindo diretamente da cúpula do Partido Comunista Chinês há já alguns meses.
Golpe para HP, Dell e MicrosoftTrata-se da primeira diretiva pública conhecida de Pequim a estabelecer medidas específicas que limitam o uso de tecnologia estrangeira pela China. Por outro lado, integra uma abordagem mais ampla para aumentar no país a confiança e disseminação de tecnologia doméstica.
A diretiva governamental representa um golpe para multinacionais norte-americanas, como a HP, a Dell e a Microsoft, e surge em retaliação pelas tentativas de Washington de limitar o uso de tecnologia chinesa nos EUA.
Tensões nas relações comerciais e diplomáticasOs EUA e a China estão envolvidos numa disputa comercial há mais de um ano e meio sem que se vislumbre um acordo, apesar da realização de várias rondas negociais.
As tensões também estão a aumentar na frente diplomática: Pequim já condenou Washington devido às operações navais americanas no disputado Mar do Sul da China, às críticas dos EUA pela detenção de uigures e ao apoio do Congresso americano aos protestos pró-democracia em Hong Kong.
A Administração Trump proibiu as empresas americanas de fazerem negócios com a gigante de telecomunicações Huawei e, em maio, a Google, a Intel e a Qualcomm anunciaram a interrupção da cooperação com aquela empresa chinesa.